A deputada, que preside a Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, manifestou-se nas redes sociais sobre a situação relatando que as mulheres estavam acuadas e com medo.
"Tive que me jogar no chão durante o tiroteio e liguei para Cláudio Castro", disse a deputada, que ainda criticou as políticas de segurança do governo do estado. "Esse é o terror cotidiano que moradores das favelas do Rio de Janeiro são expostos diariamente. Nossas vidas negras importam?", indagou no seu perfil.
Procurada, a assessoria do governador não comentou as declarações da deputada.
O encontro era justamente para apresentar os dados da pesquisa Os Impactos da Violência Armada na Vida Das Mulheres da Maré: gênero, território e prática artística.
Entre as convidadas estavam as pesquisadoras Claire Blencowe (Universidade de Warwick), Joana Garcia (Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ), Julian Brigstocke (Universidade de Cardiff) e Rosana Morgado (Escola de Serviço Social da UFRJ).
Renata também gravou vídeos de dentro da ONG no momento do tiroteio.
Ela afirmou ainda que não foi a primeira vez que viveu essa situação, que definiu como "aterrorizante".
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, duas escolas foram impactadas, afetando 309 alunos.
Durante o confronto, policiais tomaram conhecimento de um atendimento com defensores públicos na comunidade ao lado, no Parque União, e se ofereceram para retirar a defensora do local, mas ela se recusou a entrar na viatura.
Moradores relataram, nas redes sociais, que um mototaxista foi atingido por um tiro no pé. A polícia, no entanto, não confirmou.
De acordo com a Polícia Civil, agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas estavam na região para evitar a entrada de cargas roubadas na comunidade. Helicópteros e blindados foram usados na operação.
Durante a ação, a equipe foi atacada por homens armados, que alvejaram a viatura da instituição, dando início a um tiroteio nas proximidades da avenida Brasil. Um trecho da via foi fechado por alguns minutos.
Após perseguição, os policiais conseguiram localizar um caminhão roubado e recuperar a carga, que está avaliada em cerca de R$ 2 milhões. O veículo estava em uma antiga garagem de ônibus que, segundo a polícia, funciona como depósito de cargas roubadas na entrada da comunidade.
A Anistia Internacional também usou as redes sociais para se manifestar sobre o episódio e criticar as ações da polícia nas comunidades do Rio.