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Pista suspensa e rampa caracol: SP estuda "motovia" na Marginal Tietê

Por Midia NAS em 16/04/2023 às 05:45:28

O projeto, que ainda está em fase de estudos na Secretaria de Mobilidade e Trânsito, prevê que a motovia fique paralela às pistas da marginal, em uma altura maior do que a das faixas de circulação de carros e caminhões, com estruturas em caracol para que os motociclistas acessem as pontes da Marginal.

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Um dos viadutos teria duas faixas em cada sentido para motos. O outro, duas faixas em cada sentido para bicicletas. A proposta poderia fazer o número de mortes de motociclistas da marginal, que no ano passado foram 22, chegar a perto de zero, segundo a Prefeitura.

Veja uma animação com detalhes da proposta:

Embora o projeto ainda seja tratado como “uma ideia” pelo secretário titular da pasta, Ricardo Teixeira, uma decisão já está tomada: se a obra sair do papel, a faixa exclusiva para motos será equipada com uma série de radares de velocidade.

“Se não tiver radar, eles se matam”, afirmou Teixeira, quando falava sobre a ideia ao Metrópoles.

A certeza vem da experiência acumulada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) durante a operação das “faixas azuis”, vias exclusivas para motocicletas instaladas em grandes corredores da cidade.

Quando estas faixas foram instaladas, no início da operação, sem radares, os motociclistas passaram a correr além dos limites permitidos de velocidade.

Motovia da Marginal do Tietê
Esquema da ligação da motovia com as pontes da Marginal

“Na na (Avenida) Bandeirantes, existe um retão de quase oito quilômetros. No começo (da faixa azul), eles (os motoqueiros) começaram a correr muito”, disse o secretário.

“Tivemos de colocar meia dúzia de radares lá. E eles passaram a andar mais devagar”, completa. A Faixa Azul da Avenida dos Bandeirantes funciona desde setembro passado.

As faixas azuis são tidas como experiências de sucesso para reduzir o número de mortes de motociclistas. Mas Teixeira afirma que ainda estão feito estudos para avaliar se elas poderiam ser instaladas em vias como a Marginal do Tietê, que têm trânsito pesado de caminhões.

A faixa azul é apenas uma pintura de sinalização específica no asfalto. Com placas e demais obras de adequação que eventualmente se fazem necessárias, elas têm um custo médio estimado em R$ 150 mil.

Já o preço da motovia e da ciclovia elevadas ainda não está fechado. Para isso, seria necessário a contratação de projetos mais robustos, o que ainda não foi feito.

Ideia importada da Ásia

Teixeira conta que a ideia da motovia veio a partir de uma conversa dos técnicos da Prefeitura com um jornalista da Malásia que esteve em São Paulo para conhecer a faixa azul.

Nesse país da Ásia, segundo Teixeira, metade da frota é de motocicletas e as autoridades e a imprensa estão sempre em busca de alternativas baratas e eficientes para reduzir acidentes.

Do diálogo saiu um convite malaio para que autoridades da CET conhecessem experiências de lá. A viagem ocorreu em janeiro.

Aval estadual

Ao enfatizar que o projeto ainda é embrionário, mas que conta com interesse do prefeito Ricardo Nunes (MDB), Teixeira diz que a secretaria resolveu divulgar a ideia para estimular o debate público.

Além de convencer a população de que a ideia é boa, a prefeitura precisa de um aval específico para tocar a obra, a dos “donos” do Rio Tietê.

Como a obra seria feita na margem do rio, é o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), do governo do Estado, que tem de autorizar qualquer obra na área.

“Nós temos que pedir a autorização. Mas a ideia é que nós mesmos que vamos arcar com os custos da obra”, disse Teixeira.

O secretário deverá ter nas próximas semanas uma reunião com a secretária estadual de Meio Ambiente, Logística e Infraestrutura, Natália Resende, para uma primeira apresentação formal do projeto.

Depois de vencidas as dúvidas técnicas, será a vez de um diálogo entre o prefeito Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Teixera lembra que, além das 22 mortes de motociclistas registradas por ano na Marginal do Tietê, mais de 200 pessoas sofrem acidentes, sobrevivem e ficam com sequelas.

Por isso, para ele, cada cálculo deve levar em consideração os custos de salvar essas vidas.

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