Leandro Mendes informou à Agência Brasil que os instrumentos tocados pelo grupo incluem flautas doces, viela de arco (instrumento medieval antecessor do violino), percussão, harpa, viola da gamba (instrumento surgido em torno de 1400, antecessor do violoncelo), alaúde e vihuela (viola de mão). Leandro Mendes e Sônia Leal Wegenast cantam solo e todos fazem coro.
O programa do concerto engloba 15 músicas renascentistas portuguesas, envolvendo poesias do poeta português Camões que foram musicadas, além de canções que teriam versos do poeta ou, ainda, músicas de compositores da mesma época. O tema foi sugerido por Mario Orlando, que está fazendo doutorado e teve como uma das matérias as poesias de Camões.
”Ele fez o levantamento das músicas dessa época que teriam poesias de Camões. Como não eram muitas músicas, a gente preencheu [o repertório] com compositores da mesma época, como Luys Milan e compositores anônimos. Porque a gente usa muito cancioneiros renascentistas que têm músicas anônimas, entre as quais o Cancioneiro de Paris, Cancioneiro do Palácio, Cancioneiro D"Elvas, Cancioneiro de Belém, que é português. Usamos também canções de Antonio de Cabezón, que era compositor da época, entre outros”, disse Leandro Mendes.
Entre as músicas cantadas que têm poesias de Camões, destaque para Minina dos Olhos Verdes, Foyse Gastamdo a Esperança, Señora bem Poderey, Vida da Mynha Alma, todas escritas em português e castelhano arcaico, explicou Mendes.
O poeta português viveu entre 1524 e 1580 e teve sua poesia musicada em diversas peças encontradas em cancioneiros ibéricos. Na poesia de Camões, as redondilhas são elaboradas a partir de um mote. Na música instrumental do século 16, percebem-se novas elaborações melódicas a partir de uma estrutura musical já conhecida, oriunda da música vocal ou da dança.
Confira aqui o programa completo.