HaverĂĄ um apoio federal de um total de R$ 3 bilhões a serem transferidos para estados e municĂpios. Não hĂĄ previsão, entretanto, de recursos novos: a maior parte é de adiamentos de pagamentos previstos.
O governo vai adiantar as transferĂȘncias de R$ 1,097 bilhão no âmbito do PDDE (Programa Dinheiro Direito na Escola). A segunda parcela seria paga em setembro, mas o dinheiro jĂĄ cairĂĄ neste mĂȘs nas contas das escolas.
Também dentro do programa haverĂĄ a liberação de R$ 1,8 bilhão relacionados a anos anteriores e que estão parados nas contas das escolas para outras ações. Outros R$ 200 milhões serão direcionados para ações como criação de nĂșcleos psicossociais, municipais, regionais ou estaduais.
As ações foram anunciadas pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT). "Isso é reflexo de uma situação que vivemos na nossa sociedade, que tem estimulado uma cultura de violĂȘncia, de ódio e de intolerância", disse o ministro, que ressaltou que a situação se agravou pela questão das plataformas digitais.
Ao longo dos Ășltimos dias, Santana fez reuniões com representantes de secretĂĄrios de Educação e com outros ministros, como o Justiça e Segurança PĂșblica, de Direitos Humanos e Esportes.
Os encontros foram resultado da criação de um grupo interministerial para tratar o tema na esfera federal.
No inĂcio do mĂȘs, um homem entrou em uma escola particular em Blumenau (SC) e matou quatro crianças. O caso ocorreu nove dias após o ataque à escola estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, quando um aluno de 13 anos matou uma professora a facadas e feriu outras cinco pessoas, entre elas trĂȘs docentes.
Supostas ameaças de ataques tĂȘm alterado a rotina de escolas pelo paĂs. Apesar de a maioria das mensagens ser falsa, pais, alunos e professores relatam medo; especialistas orientam denunciar casos para autoridades.
Participaram a presidente do STF, Rosa Weber, e Alexandre de Moraes, que ainda presidente o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, iniciou o evento afirmando que os ataques em escolas tĂȘm a mesma motivação dos ataque de 8 de janeiro contra os prédios dos TrĂȘs Poderes, em BrasĂlia.
"Trata-se no fundo da mesma motivação, motivação de ódio, de preconceito, de racismo, pregada durante muitos anos, que se refletiu no ato no dia 8 e infelizmente agora se manifesta no ataque às nossas crianças e aos nossos adolescentes", disse.
O governo federal promete instalar um grupo com ministros, governadores e chefes dos outros Poderes da RepĂșblica para discutir medidas de segurança nas escolas. Segundo Rui Costa, o objetivo é criar uma espécie de "Conselho da RepĂșblica" para discutir diretrizes sobre o tema.
Com relação a investimentos, o governo jĂĄ havia anunciado edital de R$ 150 milhões para reforço nas rondas escolares. Mas também houve anĂșncios de formação.
O MEC (Ministério da Educação) vai passar a disponibilizar uma cartilha de recomendações para proteção e segurança no ambiente escolar. A partir da próxima segunda-feira (24), haverĂĄ formação pelo ambiente virtual do ministério para gestores e professores implementarem essas recomendações.
Também foi anunciada a chamada Campanha Nacional de Sensibilização e Orientação para Proteção no Ambiente Escola.