PMNAS

Ministério critica médicos antivacina e divulgação de fake news

Por Midia NAS em 20/04/2023 às 20:50:40

Brasília (DF) - O diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde, Éder Gatti, durante sessão na OPAS. Foto: Júlia Prado/Mistério da Saúde

O diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde, Éder Gatti, criticou, nesta quinta-feira (20), a falta de atitude do Conselho Federal de Medicina (CFM) em relação aos médicos antivacinas.

“Lamentamos muito a inércia do Conselho Federal de Medicina diante de profissionais médicos que disseminam mentiras, que fazem exploração econômica dessa situação. E esperamos que o Conselho Federal de Medicina reveja a sua postura”.

Gatti afirmou que tem cobrado uma mudança de postura do CFM e espera o estabelecimento de diálogo com a entidade. “Para que o conselho exerça a sua função”, lembrando que o CFM é uma autarquia pública.

“O CFM tem como objetivo principal fiscalizar e garantir o exercício adequado da medicina para proteger a nossa população. Então, espero que o Conselho Federal de Medicina faça isso”. A declaração foi dada durante a coletiva à imprensa para divulgação do relatório ‘Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação’, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em Brasília.

Parcerias com outras entidades médicas

Éder Gatti destacou ainda que a pasta tem firmado parcerias para recuperar o índice de cobertura vacinal e reverter a queda no número de crianças sem imunização apontado pelo Unicef.

O diretor ressaltou que, na última terça-feira, o Ministério da Saúde, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e outras entidades científicas anunciam ação conjunta para apoiar a recuperar da cobertura vacinal no Brasil.

“Isso abre o caminho para estabelecemos em relações com as sociedades médicas. A partir daí, teremos ações de aproximação com a categoria, no sentido de promover a vacina como algo seguro, algo que promove a vida, e trazer a educação para os profissionais médicos”. E destacou o papel do profissional de saúde. “A categoria médica usufrui de uma boa confiança da população e quando ela promove a vacinação, isso fortalece a estratégia”.

Fake News e discursos de ódio

A secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente da pasta, Ethel Maciel, afirmou que grupos antivacinas mobilizados em rede sociais, como o Telegram, estão sendo monitorados. “Muitos grupos não têm regulação nenhuma. Então, os conteúdos circulam livremente”, disse.

Segundo Ethel, um estudo do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), sobre o tema será publicado em breve. Investigações indicam que grupos virtuais vinculam o movimento antivacina no Brasil à circulação de mensagem de ódio e neonazistas.

“Serão objeto de investigação que já está no STF [Supremo Tribunal Federal] e serão investigadas do ponto de vista judicial”, declarou. “Infelizmente, o que está acontecendo no Brasil é algo criminoso. Não é algo espontâneo. Está sendo feito com a intenção, com método, em grupos específicos. Portanto, precisam ser investigados e que respondam na justiça por esses crimes”, acrescentou.

Resposta do CFM

Em nota à Agência Brasil, o Conselho Federal de Medicina informou que respondeu a um pedido de informações do Ministério da Saúde, oficializado em 30 de março. Em documento dirigido à Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, informou que considera “importante o papel das vacinas na prevenção de doenças, de modo individual e coletivo, o CFM entende que os médicos, cientes de suas responsabilidades éticas, técnicas e legais, e a população devem atribuir importância às ações de vacinação”.

No mesmo documento, o conselho detalha as ações que adotou para “orientar pacientes sobre a importância da imunização, contra fake news ou boatos, e aborda como deve ser feita a apresentação de denúncias a profissionais”, no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde teria ocorrido suposta irregularidade.

O CFM afirmou, ainda, que “o entendimento favorável às vacinas é compartilhado pela ampla maioria dos mais de 550 mil médicos, sendo que posicionamentos que contrariem essa percepção podem ser considerados como exceções”.

Comunicar erro
Camara Municipal de NAS

Comentários

Publicidade 728x90 2 Camara Vol 2