“Já entregamos ao STF a íntegra das imagens do Palácio do Planalto do dia 8 de janeiro e uma cópia da sindicância aberta no GSI”, disse o ministro interino Ricardo Cappelli pelas redes sociais.
São mais de 900 horas de gravações captadas por mais de 30 câmeras.
A providência atende a uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações no Supremo.
Nesta sexta-feira (21), o magistrado determinou a quebra de sigilo das imagens das câmeras de segurança da sede do Executivo e o depoimento dos servidores do GSI que aparecem nas cenas ao lado de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os interrogatórios devem ocorrer neste domingo (23).
Trechos do circuito interno de segurança do Planalto foram divulgados pela CNN Brasil e levaram à queda do ministro do gabinete Gonçalves Dias.
O material havia sido colocado sob sigilo pelo governo federal e negado à Folha em fevereiro.
Moraes havia exigido o envio de “todo o material existente” em poder do GSI em até 48 horas, e afirmou que a preservação integral das imagens “será aferida em posterior perícia”.
O ministro do STF afirmou que a investigação dos ataques golpistas exige não só punição àqueles que “criminosamente pretenderam causar ruptura do Estado democrático de Direito”, mas também aos agentes públicos civis e militares que “foram coniventes ou deixaram de exercer suas atribuições legais”.
Moraes disse que a Constituição “consagrou expressamente o princípio da publicidade como um dos vetores imprescindíveis à Administração Pública”, e que “inexiste sigilo das imagens”.
No depoimento prestado à PF nesta sexta, Gonçalves Dias afirmou “que todas as filmagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de Janeiro foram fornecidas integralmente as instituições do Estado, sem omissão de possíveis filmagens”. Não especificou quais.
O general disse que houve um “apagão” geral do sistema de inteligência na crise de 8 de janeiro. E afirmou não saber informar qual era a classificação de risco dada pelas autoridades para o dia dos ataques.
“Que indagado se o declarante entende se houve apagão da inteligência, respondeu que acredita que houve um "apagão" geral do sistema pela falta de informações para tomada de decisões.”