Exibido originalmente em 1990 com Hélio Costa à frente, o Linha Direta se notabilizou por ser a forma que a Globo encontrou de enfrentar a guerra de audiência liderada pela Bandeirantes e pela Record com programas com foco na violência e na criminalidade comandados por José Luiz Datena e pelo mesmo Marcelo Rezende, que havia apresentado a temporada de retomada da atração global, em 1999.
Com o retorno do programa à grade da emissora, anunciado para o dia 4 de maio, confira abaixo cinco dos casos que ficaram marcados no por seu caráter violento, curioso ou até dito sobrenatural.
CARTAS DE CHICO XAVIER
Exibido em 2004 como uma forma de testar uma nova linha para a temporada seguinte do programa, o episódio narrou a história de como a Justiça aceitou cartas psicografadas pelo médium mineiro que serviram para absolver dois acusados de assassinato.
O caso aconteceu em 1976, quando dois homens que não se conheciam foram acusados de assassinato. João Batista França foi preso após atirar em seu amigo, Henrique Emmanuel Gregoris, numa brincadeira de roleta russa. No mesmo ano, José Divino Nunes enfrentou acusações após atirar acidentalmente em seu amigo, Maurício Garcez Henriques.
Nos dois casos, o juiz Orimar Pontes aceitou como provas de inocência cartas psicografadas por Chico Xavier nas quais as vítimas pediam que os acusados fossem perdoados pela família e pela Justiça.
Em 1980, aconteceu parecido quando José Francisco Marcondes foi preso após matar, também a tiros, sua mulher, Cleide Maria, ex-miss Campo Grande. Marcondes foi absolvido. Depois um novo júri foi convocado, mas o crime já havia prescrito.
O VAMPIRO DE NITERÓI
Exibido em 1999, o caso conhecido como Vampiro de Niterói se tornou célebre, com direito a produção de uma série documental a respeito dos fatos ocorridos entre abril e dezembro de 1991, quando Marcelo Costa de Andrade matou 14 meninos de 5 a 13 anos. Depois de matá-los, ele manteve relações sexuais com os cadáveres e lambia o sangue que escorria das vítimas.
Andrade fazia parte de uma seita religiosa, e acreditava que ao se relacionar com os cadáveres e lamber o sangue, não só absorveria sua juventude, mas também não os mandaria para o inferno, uma vez que, na sua concepção, crianças assassinadas estavam livres de seus pecados.
ANA LÍDIA
Exibido em novembro de 2007, o caso da jovem Ana Lídia se tornou um marco na história de Brasília quando, em 1973, ela foi deixada pelos pais no pátio do Colégio Madre Carmen Salles e desapareceu.
Testemunhas disseram ter visto um homem loiro e alto carregando um livro vermelho levar a garota pela mão. O corpo da garota de 7 anos de idade foi encontrado no dia seguinte no terreno de uma universidade. Ela estava nua e tinha escoriações que indicavam que ela havia sido arrastada pelo cascalho.
De acordo com a perícia, a causa da morte foi asfixia por sufocamento. O laudo indicava também que o assassino havia mantido relações sexuais com a jovem depois de morta. À época, o irmão de Ana Lídia, Álvaro Henrique Braga foi apontado como suspeito ao lado de Raimundo Lacerda Duque, um conhecido da família.
Os dois foram inocentados por falta de provas, ao longo da investigação, surgiram como suspeitos filhos de pessoas poderosas e com influência política.
Ninguém foi indiciado e o caso não foi solucionado. À época, em plena ditadura militar, o caso serviu como símbolo da impunidade na capital federal.
Ana Lídia se tornou nome de uma área infantil dentro de um parque na cidade, e algumas pessoas passaram a crer que o espírito da garota realiza milagres.
MÁSCARAS DE CHUMBO
Caso exibido em junho de 2004, ficou marcado pelo teor macabro e interesse ufólogo de pessoas que ainda hoje estudam os acontecimentos de agosto de 1966, quando dois homens foram encontrados mortos no alto do Morro do Vintém.
Sem marcas de tiros ou facadas, a dupla carregava máscaras de chumbo e um bilhete que dizia: "16,30hs está no local determinado 18,30hs ingerir cápsula, após efeito proteger metais aguardar sinal máscara".
O caso nunca foi resolvido e a causa da morte também foi dada como indeterminada após a necropsia. Com o tempo, muitos acreditam que a dupla possa ter sido vítima de suicídio involuntário causado por uma overdose.
Outra linha de argumentação, entretanto, acredita que os homens possam ter morrido após contato com extraterrestres graças ao depoimento de uma dona de casa que disse ter passado de carro próximo ao Morro do Vintém e ter avistado uma luz muito forte vinda do céu.
Hoje é sabido que a causa da morte nunca foi revelada porque a necropsia não foi realizada, uma vez que as vísceras dos homens apodreceram no IML.
EDIFÍCIO JOELMA
Caso mais célebre dos oito anos em que o programa esteve no ar, o incêndio no edifício Joelma foi um episódio exibido em junho de 2005 narrando a tragédia ocorrida em 1974, quando uma falha na instalação elétrica causou o incêndio que matou 189 pessoas e deixou 345 feridos.
À época, o evento foi noticiado como sendo um entre outros fatos trágicos que ocorreram no terreno em que o edifício foi construído. Em 1948, o professor de química Paulo Camargo, de 26 anos, matou a mãe e as duas irmãs na casa que ocupava o espaço e depois cometeu suicídio. O bombeiro que encontrou os corpos morreu de infecção cadavérica, o que aumentou os rumores de que o espaço era assombrado.
Na década de 1980 foi produzido um filme sobre a tragédia e elenco e equipe técnica relataram acontecimentos estranhos durante as gravações, como o som de gemidos de dor e gritos de desespero.