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"Precisamos de mais tempo", admite Zelensky sobre contraofensiva

O presidente ucraniano reconheceu que a Ucrânia ainda não está pronta para desencadear a esperada contraofensiva da primavera, por falta de meios militares.

Por Midia NAS em 11/05/2023 às 11:05:27

O presidente ucraniano reconheceu que a Ucrânia ainda não está pronta para desencadear a esperada contraofensiva da primavera, por falta de meios militares. Durante uma entrevista em Kiev a emissoras públicas europeias, divulgada nesta quinta-feira (11), Volodymyr Zelensky reiterou que não aceita entregar território ucraniano à Rússia.

Em um momento em que Ucrânia reivindica sucesso no Leste, onde as suas tropas conduzem "contra-ataques eficazes" na área de Bakhmut, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admite que o país ainda precisa de "um pouco mais de tempo", antes de lançar a tão esperada contraofensiva.

Depois de terem infligido "enormes perdas" às forças russas e aos mercenários do grupo Wagner, as forças de Kiev aguardam a chegada de mais armas dos aliados ocidentais.

"Com [o que temos] podemos seguir em frente e ter sucesso. Mas perderíamos muita gente. Acho isso inaceitável", afirmou o presidente.

Zelensky alega que o exército ucraniano necessita de "algumas coisas", especificamente veículos blindados, que "chegam em lotes", e incluem veículos alemães, como os Leopard 2, os britânicos Challenger 2 e outros veículos blindados como os norte-americano Bradleys e Strykers.

Apoio dos EUA

As declarações de Zelensky acontecem um dia após o anúncio norte-americano de um novo pacote de ajuda de US$ 1,2 bilhão para a Ucrânia, destinado a reforçar as defesas aéreas e manter o fornecimento de munições.

Volodymyr Zelensky acredita que vencerá a guerra antes das eleições norte-americanas de 2024 e minimiza o impacto de um cenário de virada de Biden para Trump.

A Ucrânia ainda garante o apoio bipartidário no Congresso dos EUA, disse Zelensky. "Quem sabe onde estaremos quando ocorrerem as eleições?", questionou. "Acredito que venceremos até lá".

Perda de território

No curto prazo, são remotas as possibilidades de uma solução negociada de paz. Kiev e Moscou mantêm a palavra de que vão lutar até a vitória de um e capitulação do outro.

O presidente Zelensky conduz uma proposta de paz com dez pontos, dentre eles: a devolução de todos os territórios invadidos, pagamentos de reparação por danos da guerra, além da criação de um tribunal especial para processar crimes de guerra russos – um plano que Moscou rejeita categoricamente.

O New York Times noticiou que nove das 12 unidades militares ucranianas foram treinadas por vários países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), incluindo Estados Unidos e França, no quadro da preparação da contraofensiva.

Em caso de falha de um novo ataque, mesmo que parcial, Zelensky teme que o Ocidente reduza a ajuda e encoraje a Ucrânia a negociar com a Rússia uma possível concessão de territórios, que já estão sob domínio russo.

"Eles (o Ocidente) não podem pressionar a Ucrânia a ceder territórios. Porque um país, em qualquer lugar do mundo, deveria ceder seus territórios a Putin?", argumenta.

As forças russas fortaleceram as defesas ao longo de uma linha de frente de 1.450 quilômetros de extensão, que vai das regiões orientais de Lugansk e Donetsk até Zaporizhzhia e Kherson, no Sul.

Em uma guerra que está quase no 15º mês de duração, uma pergunta continua sem resposta: quando e onde será o contra-ataque ucraniano?

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