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Nove em cada dez mães têm responsabilidade no orçamento das famílias brasileiras

Pesquisa revela que, sem apoio para dividir os gastos, mães solteiras, viúvas e divorciadas arcam de forma independente com as despesas das residências Contribuindo para encerrar com o estereótipo antiquado que enxergava mães como figuras pouco participantes do mundo das finanças, pesquisa da Serasa aponta que mais de 90% das mulheres com filhos têm responsabilidade ao lidar com o orçamento familiar.


Pesquisa revela que, sem apoio para dividir os gastos, mães solteiras, viúvas e divorciadas arcam de forma independente com as despesas das residências

Contribuindo para encerrar com o estereótipo antiquado que enxergava mães como figuras pouco participantes do mundo das finanças, pesquisa da Serasa aponta que mais de 90% das mulheres com filhos têm responsabilidade ao lidar com o orçamento familiar. Ao analisar as diferentes conjunturas dos lares brasileiros, as mães solteiras, viúvas e divorciadas são, em maioria, as únicas provedoras das residências, encarregadas de cuidar dos filhos e dar conta de todas as despesas.

O recorte inédito faz parte do estudo Relevância das Mulheres nas Finanças das Famílias Brasileiras, realizado pela Serasa em parceria com o instituto Opinion Box em fevereiro de 2023. De acordo com o levantamento, 48% das mães solteiras, que declaram possuir pelo menos um filho, não possuem companhia para dividir as finanças e são, portanto, as responsáveis exclusivas por arcar com os gastos familiares. No caso de mães divorciadas e viúvas, os números são ainda maiores, atingindo 65% e 57% dessas parcelas de respondentes, respectivamente.

"As mães casadas representam a única fatia entre as participantes com filhos que possuem maior parcela de ajuda para manter a família financeiramente (32%)", explica Patrícia Camillo, gerente da Serasa. "Sem apoio, as mulheres se tornam fonte de renda para manter a família e quitar as contas que chegam todos os meses. Cada vez mais empoderadas também no mundo das finanças, os dados refletem o perfil dessa mãe brasileira que atua ativamente para gerir as finanças da casa sozinha".

Em um cenário que avança para reconhecer mulheres no mercado de trabalho e sua relação com o poder aquisitivo, as dificuldades ainda existem e atingem mães em diferentes arranjos familiares. Segundo a pesquisa, a maioria das entrevistadas já recorreu a algum "bico" ou trabalho informal para complementar a renda. O recorte chama atenção, principalmente, entre o grupo de mães solteiras, no qual 84% revelam já ter procurado formas de obter ganhos extras. "Mesmo possuindo um trabalho fixo, as mulheres que cuidam de seus filhos ainda buscam outras formas de manter as contas em dia e a qualidade de vida". explica Patrícia.

Histórias de mães, dívidas e vidas retomadas

Aline dos Santos Barbosa, de 34 anos, é mãe de quatro filhos e ficou conhecida como @maecrespa nas redes sociais, em que atua como influenciadora digital e publica conteúdos sobre maternidade. Atualmente, conta com mais de 20 mil seguidores nas redes sociais e recorda que conseguiu quitar suas dívidas em uma edição do Feirão Serasa Limpa Nome. "Desde que fiquei negativada, minha meta se tornou quitar essa pendência, pois isso me impedia de realizar uma série de coisas do dia a dia e seguir meus sonhos", conta. "Ver todas as pessoas aliviadas e tocando o sino no Feirão foi muito gratificante, principalmente, por saber que também vivi essa experiência".

Como mãe solo, a gaúcha acredita que a organização financeira é a chave para garantir as finanças da casa e proporcionar uma boa qualidade de vida para os filhos. "Não é uma tarefa fácil e eu tive que aprender a lidar com o dinheiro sozinha. Hoje, consigo controlar meus custos mensais, definindo o quanto vou receber e o quanto consigo gastar, além de reservar uma parte para emergências".

A paulistana Viviane Santos, de 35 anos, trabalha como cuidadora e está grávida de seu segundo filho. Em novembro de 2022, participou da edição física do Feirão Serasa Limpa Nome em São Paulo, acompanhada de sua mãe, dona Renilda Santos. Na época, as duas contabilizavam mais de R$47 mil em dívidas com cartão de crédito. "Acabamos nos enrolando com compras do dia a dia e virou uma grande bola de neve. Levei minha mãe para negociar na tenda e descobri a minha pendência na própria fila", conta Viviane, que, atualmente, mora sozinha com seu primeiro filho.

Cinco meses depois, a sensação de alívio continua: "Conseguimos quitar um dos acordos por cento e poucos reais, e sigo pagando o outro. É uma nova vida para conseguir realizar outros projetos e cuidar, agora, dessa criança que está chegando".

Graciete Silva, de 32 anos, também vive em São Paulo com seus dois filhos. Separada há dois anos, conta que a única renda da família vem de seu trabalho como repositora. "Esse período, em que passei a ser a responsável exclusiva pelas despesas da casa, foi bem difícil. Comprei alguns materiais de construção para terminar de construir a minha cozinha, mas fiquei desempregada e não consegui arcar com todas as parcelas, o que acabou acarretando uma dívida com o banco".

Em março deste ano, Graciete conseguiu renegociar essa pendência pelo aplicativo da Serasa e, com o nome limpo, começou a sonhar novamente. "Além de impedir meu acesso ao crédito, as dívidas me causavam preocupação e dores de cabeça", afirma. "Agora, me sinto aliviada e pronta para retomar todos os planos", conta.

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