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Esporte

Presidente da LaLiga volta a criticar Vini Jr. e é atacado por chefe da federação espanhola

O presidente da LaLiga, Javier Tebas, voltou a criticar Vinicius Júnior nesta segunda-feira, um dia após o atacante reclamar do posicionamento da entidade que organiza o Campeonato Espanhol e da ausência de ações contra o racismo.


O presidente da LaLiga, Javier Tebas, voltou a criticar Vinicius Júnior nesta segunda-feira, um dia após o atacante reclamar do posicionamento da entidade que organiza o Campeonato Espanhol e da ausência de ações contra o racismo. O brasileiro foi vítima de ataques da torcida do Valencia no domingo. Segundo o mandatário, os casos de racismo na Espanha são "extremamente pontuais".

Esta é a segunda vez que Tebas responde Vini Jr. nas redes sociais em um intervalo de apenas 24 horas. No primeiro momento, afirmou que o atacante brasileiro não compreendia as formas como a liga pode atuar para combater o racismo e citou reunião à qual ele não teria comparecido para tratar do tema. Nesta segunda, focou em rebater as críticas do brasileiro de que a Espanha e a LaLiga seriam coniventes com o racismo no futebol.

"Nem a Espanha e nem a LaLiga são racistas. É muito injusto dizer isto. Denunciamos e combatemos o racismo com toda a rigidez dentro das nossas competências. Esta temporada foram denunciados nove casos de insultos racistas (oito deles por insultos contra Vini Jr.", escreveu Tebas. "Sempre identificamos os infratores e levamos a denúncia aos órgãos legisladores. Não importa que sejam poucos, eles são implacáveis."

Sobre estes episódios, Tebas ressaltou que são "casos pontuais" na competição e que, não necessariamente, significam que o Campeonato Espanhol estaria manchado pelo racismo. Ele resgatou a publicação do atacante feita neste domingo para responder: "Não podemos permitir que se manche a imagem de uma competição que é sobre o símbolo de união de povos, onde mais de 200 jogadores são de origem negra em 42 clubes que recebem em cada rodada o respeito e o carinho da torcida, sendo o racismo um caso extremamente pontual (nove denúncias) que vamos eliminar".

Após a partida, Vini Jr. ressaltou que estes episódios mancham a imagem da competição para o exterior. "Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas", escreveu, em suas redes sociais.

CRÍTICAS DA FEDERAÇÃO ESPANHOLA

O presidente da Real Federação Espanhol de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, saiu em defesa de Vini Jr., após o segundo posicionamento de Tebas, e criticou o mandatário por rebater o brasileiro nas redes sociais.

"Quero mandar um recado ao presidente da CBF para vir à casa da RFEF ou vou viajar ao Brasil para ver o que a federação faz com isso (caso de racismo contra Vini Jr.). Peço que ele ignore o comportamento do presidente da LaLiga. Não era o momento de entrar para debater isso no Twitter", disse Rubiales, em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

"Temos um problema em nosso país de educação, de racismo. Temos um problema sério que mancha todo um time, torcedores e um país inteiro. Vini ou qualquer jogador que receber qualquer insulto tem meu apoio e o da Federação", ressaltou o dirigente máximo do futebol espanhol.

POSICIONAMENTO DE LALIGA

Ainda no domingo, a entidade Liga se pronunciou oficialmente em uma nota na qual afirma que já solicitou as imagens disponíveis para investigar o episódio de racismo. "Uma vez concluída a investigação, em caso de detectar algum crime de ódio, a LaLiga tomará as medidas cabíveis", informou a instituição, que também se comprometeu a investigar "imagens em que insultos racistas foram supostamente dirigidos a Vinicius Jr. fora do Estádio Mestalla".

O comunicado defende que a instituição tem agido prontamente para punir os muitos atos racistas dos quais o atacante do Real Madrid tem sido vítima. "A LaLiga tem sido proativa diante de todos os incidentes racistas contra Vinicius Jr, jogador do Real Madrid CF. Assim, apresentou uma queixa nove vezes nas últimas 2 temporadas perante o Comitê de Competições da RFEF, Comissão Estadual contra a Violência, Racismo, Xenofobia e Intolerância no Esporte, Ministério Público do Ódio e Tribunais", diz, o texto, que acompanha a lista dos jogos em que foram registradas denúncia de ofensas racistas contra o brasileiro.

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