Será o primeiro jogo do Real desde os ataques racistas que tiveram Vini Jr. como alvo no domingo, na partida contra o Valencia. As ofensas proferidas por parte da torcida local, no estádio Mestalla, geraram forte repercussão mundial no início desta semana, com potencial até mesmo para iniciar uma crise diplomática entre Brasil e Espanha. O presidente Luiz Inácio Lula Silva saiu em defesa do atleta e a federação espanhola buscou se aproximar da CBF para amenizar a situação.
O atacante será poupado porque não chegou a treinar para a partida desta quarta, marcada para começar às 14h30 (horário de Brasília), no estádio Santiago Bernabéu. Vini Jr. treinou na segunda no CT do Real Madrid na segunda-feira, mas não foi a campo. O técnico Carlo Ancelotti explicou que ele vinha reclamando de dores no joelho.
O brasileiro acabou sendo cortado da lista de relacionados ainda na terça, horas antes de ser liberado para jogar, quando a federação anulou o cartão vermelho que ele levou no domingo. O Comitê de Competições da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) argumentou que "o que aconteceu seria consequência de uma impunidade permanente e total, durante a presente temporada, de diversas ações de agressão física e verbal, por parte de adversários e torcedores, diante do jogador expulso, tudo isso diante da passividade da equipe de arbitragem, da RFEF e da LaLiga".
Vinícius Júnior foi expulso de campo após uma confusão generalizada. Na ocasião, ele acertou um tapa no rosto do atacante Hugo Duro, depois que o atacante aplicou um "mata-leão" no brasileiro. O lance foi revisto pelo VAR, que orientou somente a expulsão do brasileiro, sem a exclusão do jogador do Valência.
O atacante do Real não estará em campo nesta quarta, mas vai acompanhar a partida das tribunas do Santiago Bernabéu. Está prevista uma homenagem ao atleta, que será deverá ser ovacionado pela torcida no 20º minuto da partida, em referência ao número de seu uniforme.
A ideia do presidente do Real, Florentino Pérez, é usar a partida desta quarta como uma oportunidade para honrar o legado do atacante na Espanha e uma reparação pelos ataques racistas sofridos desde que chegou à Espanha, em 2018.