"Em uma reunião realizada nesta manhã, em Madri, o embaixador brasileiro na Espanha, Orlando Leite, e o presidente da LaLiga, Javier Tebas, concordaram que não há espaço no mundo de hoje para atos racistas, como aqueles que aconteceram no dia 21 de maio, em Valência, contra o jogador brasileiro Vinícius Júnior", diz nota emitida pela LaLiga, a empresa que organiza o Campeonato Espanhol.
Como vem acontecendo desde o início da semana, a LaLiga cobrou às autoridades por punição aos envolvidos naqueles atos racistas. Tebas vem insistindo que a liga não tem poder para aplicar sanções nos torcedores. "Agora é importante que as instituições relevantes hajam para identificar e punir os torcedores da maneira adequada, mandando uma mensagem clara de que todo comportamento racista e xenofóbico não será tolerado."
Tebas entrou no olho do furacão da polêmica ao discutir publicamente com Vinícius Júnior nas redes sociais, ao rebater as críticas do brasileiro quanto à falta de ação da LaLiga para coibir o racismo nos estádios de futebol do Campeonato Espanhol. Durante a semana, o brasileiro publicou vídeo mostrando diversos episódios de racismo sofridos por ele em diferentes partidas, ao longo de meses, em diversos estádios da Espanha.
A reação de Tebas, considerada inadequada, ampliou a revolta de brasileiros contra os ataques sofridos por Vinícius Júnior. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o jogador publicamente em declarações em meio à reunião do G-7. E o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, admitiu que o Brasil poderia tomar medidas jurídicas "excepcionais" na Espanha para tentar punir os envolvidos nos atos racistas.
Após a reação brasileira, a Real Federação Espanhola de Futebol e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, vieram a público condenar o comportamento racista dos torcedores. Luis Rubiales, chefe da federação, chegou a criticar diretamente Tebas por suas declarações.