Segundo o diretor da PDIB, Reginaldo Francisco Régis, a oficina de trabalho visa garantir meios de reinserção social aos internos, para a conquista de uma nova vida em liberdade. Atualmente, são cerca de 220 internos exercendo atividade laboral na unidade prisional em diferentes frentes.
“Nosso objetivo é devolver pessoas melhores à sociedade, essa oficina é um meio de buscarmos isso pelo trabalho, e vamos atrás de outras”, declarou Régis, reforçando também a ampla assistência à saúde dos custodiados, possibilitada pela parceria com o Município.
Para a oficialização da ocupação laboral dos internos na fábrica, foi firmado um convênio entre a Agepen e a empresa Carolina Paiva Lingerie, em conformidade com os protocolos legais exigidos.
Dados apresentados pelo diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, apontam que hoje são 216 convênios firmados para ocupação da mão de obra prisional em Mato Grosso do Sul, garantindo trabalho a 38% da massa carcerária.
“Quando entrei para trabalhar na Agepen, em 2005. eram pouco mais de 6 mil presos em todo o estado; hoje é o número que temos de internos trabalhando, e isso é possível graças a dedicação de heróis anônimos, que são os policiais penais, e também das parcerias que construímos, o que possibilita a transformação de vidas”, disse o dirigente em discurso.
Presentes na solenidade o juiz Valter Tadeu Carvalho e o promotor Marcos Martins de Brito também ressaltaram a importância da ocupação laboral e enfatizaram o comprometimento da gestão da penitenciária, toda equipe e parceiros na realização de boas práticas, além da importância disso para a sociedade. “A Penitenciária de Dois Irmãos é modelo de organização e de gestão”, elogiou o magistrado. “A palavra aqui é integração, algo que foi partilhado em comunhão, com resultado. Estamos tirando a letra fria da Lei de Execução Penal e transformando em realidade. A gente faz acontecer quando soma ideias e propósitos”, enfatizou o representante do Ministério Público.
Proprietária da fábrica de lingeries, a empresária Cristiane Paiva ressaltou que a fábrica é a realização de um sonho. “Tem muita gente envolvida, estávamos no processo de adaptação e agora vamos trabalhar com a capacidade máxima”, agradeceu. “Podemos ajudar no processo de ressocialização, ao mesmo tempo em que temos inúmeros benefícios como empresa, além de termos mão de obra que muitas vezes falta lá fora”, complementou o sócio Ailton Paiva.
Trabalho que está sendo enxergado como uma importante oportunidade para interno Valdir da Silva Vieira, um dos trabalhadores da oficina.
“É um aprendizado, uma profissão. Que a sociedade saiba que a gente está aqui, mas precisa de uma nova chance. Então estou pegando essa oportunidade e aproveitando o máximo possível, pois eu tenho família e quero votar para ela”, disse. Pelo trabalho, ele e seus companheiros recebem 3/4 do salário mínimo e remição de um dia na pena a cada três de serviços prestados.
Também participaram do evento o secretário Executivo de Justiça da Sejusp, Rafael Garcia Ribeiro; o Prefeito de Dois Irmãos do Buriti Wlademir de Souza Volk; a presidente do Conselho da Comunidade, Laudicéia Schirman, o diretor-geral da Polícia Penal, Creone da Conceição Batista, entre outros.