"Meu treinador me mostrou uma entrevista do Djokovic falando que fica nervoso. Se ele sente pressão, quem sou para não sentir? Isso é normal, nós precisamos aceitar e ser humildes, evoluir quando estamos sob pressão", afirmou em sua entrevista na quadra. "Não é apenas sobre tênis, muita coisa vem na minha cabeça. Estou muito feliz que eu não desisti e fui até o meu limite", completou.
A vitória de virada por 2 sets a 1, com parciais de 6/7 (3/7), 6/3 e 7/5, em quase quatro horas de duelo, fez Bia colocar o tênis feminino brasileiro de volta às quartas de final em simples de um Major após 55 anos. Maria Esther Bueno foi a última a fazê-lo, no US Open de 1968, quando foi semifinalista. Mais cedo no mesmo ano, Bueno parou nas quartas em Roland Garros e Wimbledon.
Levando em conta também o tênis masculino, o Brasil não ia tão longe em um Grand Slam desde que Gustavo Kuerten, o Guga, foi às quartas de Roland Garros em 2004. O tenista catarinense, protagonista de uma relação de amor com o torneio francês, é outra inspiração para Bia. "Guga é um ídolo para mim. Eu tinha um ano quando ele ganhou o primeiro título aqui. Eu cresci ouvindo o nome dele, ele é uma pessoa legal, uma pessoa muito importante para nós. Ele é meu ídolo", afirmou.
Bia vai enfrentar a tunisiana Ons Jabeur, tenista número 7 do mundo, nas quartas de final, em busca de colocar o tênis feminino brasileiro novamente em uma semifinal, como Maria Esther Bueno fez pela última vez no US Open de 1968. Além disso, se vencer, colocará o Brasil pela primeira vez no Top 10 do ranking mundial na Era Aberta. O 12º lugar alcançado por ela em fevereiro deste ano já é a melhor classificação de uma tenista do país.