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Reserva Cisalpina abriga formação da Mata Atlântica rara e gravemente ameaçada no país

Inserida em uma área de proteção ambiental que totaliza cerca de 17 mil hectares, a RPPN (Reserva de Patrimônio Particular Natural) Cisalpina, da CESP (Companhia Energética de São Paulo), abriga importante remanescente da Floresta Estacional Decidual Aluvial, uma formação vegetal da Mata Atlântica extremamente rara e, em contrapartida, bastante degradada – com apenas 1% remanescente em todo o País.


Inserida em uma área de proteção ambiental que totaliza cerca de 17 mil hectares, a RPPN (Reserva de Patrimônio Particular Natural) Cisalpina, da CESP (Companhia Energética de São Paulo), abriga importante remanescente da Floresta Estacional Decidual Aluvial, uma formação vegetal da Mata Atlântica extremamente rara e, em contrapartida, bastante degradada – com apenas 1% remanescente em todo o País. A diversidade da reserva é destacada por Sérgio Roberto Posso, doutor e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

“O que temos na Cisalpina é algo bastante interessante. Por conta do rio Paraná, que foi depositando sedimento arenoso ao longo de milênios naquela região, formou-se um tipo especial de Mata Atlântica: as florestas estacionais deciduais aluviais são formações extremamente raras e que foram muito degradadas ao longo dos anos, cuja existência é de 1% hoje. E na Reserva Cisalpina e seu entorno podemos encontrar quase sete mil hectares desse tipo de vegetação, o que é extremamente importante”, ressalta.

Esta, porém, não é a única característica da área. A reserva também concentra fragmentos de Cerrado na sua formação típica e uma formação florestal savânica, conhecida como Cerradão ou Cerrado Denso. Também ocorre naquela região os chamados paleocanais: canais formados pelas inundações do rio Paraná ao longo dos períodos geológicos, o que faz com que, no período de chuvas, formem uma espécie de pantanal na regional.

RPPN Cisalpina

Com 3,8 mil hectares, a Reserva Cisalpina foi adquirida pela CESP há cerca de duas décadas, como compensação ambiental pela formação do Reservatório da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera) em Brasilândia (MS). Antes, a região era formada por fazendas destinadas à produção agropecuária, plantio de arroz e pecuária. Felizmente, completa Sérgio Posso, a floresta estacional da Mata Atlântica estava em uma área arenosa, pouco interessante para a produção agrícola.

Conforme André Rocha, gerente de Operações e Sustentabilidade, a companhia vem promovendo uma série de ações para a conservação e restauração florestal das áreas de preservação permanente sob sua concessão, tais como reflorestamento, enriquecimento ambiental e para a proteção e manutenção das áreas conservadas da Unidade de Conservação, ações que se mantém até hoje. A ação mais recente, recorda, foi a soltura de 20 animais da espécie mutum-de-penacho na unidade de conservação, realizada entre o fim de 2022 e início de 2023.

“A CESP acredita que a construção do nosso futuro depende de ideias inovadoras e atitudes sustentáveis, o que inclui a conservação das nossas riquezas naturais e proteção da nossa biodiversidade. Nós sabemos da importância da Reserva Cisalpina para o meio ambiente e para a sociedade e, por isso, a CESP sempre esteve e sempre estará empenhada em preservar essa importante área remanescente da Mata Atlântica e parcela significativa de Cerrado. Estamos falando de biomas de extrema importância para Mato Grosso do Sul, para o Brasil e para o mundo, e a conservação deles é o legado que queremos deixar”, completa André Rocha.

O resultado deste trabalho de duas décadas e as ações previstas pela companhia para o futuro próximo pode ser conferido no Plano de Manejo Ambiental da Reserva Cisalpina, divulgado no ano passado. De acordo com o relatório, são quase 500 espécies de animais silvestres catalogadas na unidade de conservação, sendo 22 espécies de anfíbios; 12 de répteis, 310 de aves; 92 peixes e 54 espécies de mamíferos.

Deste total, 21 espécies estão na lista de plantas e animais ameaçados de extinção de órgãos como o MMA (Ministério do Meio Ambiente) e a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), sendo a maioria delas de aves e mamíferos, tais como: onça-parda (Puma concolor); onça-pintada (Panthera onca), cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), mutum-de-penacho (Crax fasciolata), lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi).

O número, ressalta o professor Sérgio Posso, pode ser ainda maior. Por isso, ele destacou a importância da retomada de pesquisas e estudos na unidade de conservação. “A Reserva Cisalpina é um ambiente muito rico e ainda pouco explorado em termos de investigação biológica. Certamente, quando retomarmos com mais afinco, teremos muito mais novidades”, completa.

As pesquisas na reserva foram reduzidas por dois anos em decorrência dos protocolos de segurança contra a Covid-19. No ano passado, porém, a CESP deu início ao processo de atração de pesquisadores e universidade para que sejam realizados estudos e pesquisas na unidade e a expectativa é que novas parcerias sejam firmadas ainda neste ano.

“A Reserva Cisalpina, assim como toda a área no seu entorno, é uma fonte valiosa para o estudo da fauna e da flora. Por isso, queremos buscar parcerias com instituições não governamentais e universidades para que possamos compartilhar dessa fonte de conhecimento. A intenção a nossa intenção é não apenas retomar como nos aproximar cada vez mais da comunidade acadêmica.”, finaliza André Rocha.

Crédito: Assessoria/ Foto: Divulgação

Brasil Cidades Mato Grosso Do Sul

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