De acordo com a vice-diretora da Coppe, Suzana Kahn, as soluções de baixo carbono podem beneficiar diversos setores da economia, como melhoria dos processos produtivos das siderúrgicas, indústrias de cimento e logística nas empresas de transporte, impactando na redução das emissões de gases poluentes.
A vice-diretora explicou que a partir de um mapeamento, criou-se uma rede entre os diversos laboratórios da instituição.Um dos laboratórios que vão integrar o centro é o de Tecnologia Oceânica (LabOceano), que estuda o aproveitamento da energia das ondas, como a geração eólica offshore (no mar) e da energia térmica dos oceanos, com aplicações para a indústria de petróleo offshore.
"Nós temos mais de 150 mil metros quadrados de laboratórios e muitos deles, que foram construídos e financiados com verbas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de petróleo e gás, se adequam a questões relacionadas a soluções energéticas", destaca.
Por se tratar de uma área nova de conhecimento, Suzana Kahn afirmou que ainda existe desconhecimento sobre as novas tecnologias de baixo carbono, os prós e contras, impactos e energias renováveis. Desta forma, o Centro Virtual realizará cursos à distância em módulos. O primeiro, que será iniciado em agosto, tratará de energia dos oceanos. A ideia é que o interessado monte o seu próprio cronograma, a partir de aspectos econômicos e áreas de interesse.
Empresas também podem ofertar cursos para o quadro funcional, com base na área de atuação do negócio. Para fazer o curso, é preciso ter graduação.
O curso básico para o público em geral é o de mudanças climáticas, com início também previsto para agosto. Para outubro, a expectativa é promover dois novos cursos: biomateriais para construção civil e hidrogênio.
No debate "Soluções Tecnológicas de Baixo Carbono: competências e visão de futuro", realizado nesta quinta-feira (15) pela Coppe, com a presença de executivos de várias empresas de energia, houve consenso entre os participantes da necessidade de uma maior aproximação entre empresas e academia. "Há uma lacuna entre a forma de trabalhar, de pensar, do 'timing'. Essa foi identificada como uma questão que precisa melhorar porque ambos se beneficiam. A indústria se beneficia do conhecimento da universidade e esta começa a se aproximar em seus desafios mais instigantes que a empresa precisa atender", ressalta Suzana Kahn.
Outra questão foi sobre a regulamentação, envolvendo, por exemplo, parcerias entre universidades federais e a iniciativa privada.
Os participantes também debateram a dependência do Brasil na importação de equipamentos para produção energética. "A gente acaba sempre importando. Tem muito petróleo e, muitas vezes, importa equipamento de que precisa".
O debate fez parte da série "Agenda Coppe e Sociedade", que integra as comemorações dos 60 anos da instituição.