Num primeiro momento, poderá revelar mais detalhes sobre essa população particular de objetos, os buracos negros supermassivos binários. Se de início tudo que se detectou foi um fundo indistinto que representa possivelmente a ação de todos eles juntos, essa informação, refinada, já permitirá estimar com que frequência e variedade eles ocorrem por todo o universo.
Mais adiante, espera-se que o refino nas observações permita a detecção de sinais específicos vindos de alguns desses objetos, de modo que eles possam ser estudados não só por meio de suas ondas gravitacionais, mas também pela radiação luminosa que emitem.
Por fim, espera-se que em meio à "sinfonia" do fundo de ondas gravitacionais, seja possível detectar sinais que sejam fruto do próprio Big Bang, ou do processo inflacionário que deve ter ocorrido logo depois dele (em que o universo cresceu rapidamente, se expandindo mais depressa que a luz), dando pistas de como teria sido, em detalhes, o nascimento do cosmos.
Convidado a participar do evento, o físico Kip Thorne (vencedor do Prêmio Nobel em Física de 2017 por seu trabalho com a detecção pioneira de ondas gravitacionais com o Ligo) destacou essa possibilidade.
"Para mim, o Santo Graal deste campo, no longo prazo, é explorar o nascimento do universo e extrair essa informação que é carregada pelas ondas gravitacionais", diz. "A sabedoria convencional da física teórica diz que essas ondas gravitacionais seriam fracas demais para o NanoGrav ver. Mas em minha carreira de 60 anos como físico, eu vi a sabedoria convencional falhar de forma espetacular em várias ocasiões. Mantenho esperança de que algumas das ondas gravitacionais que o NanoGrav viu sejam primordiais, sejam do Big Bang."
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