Ciência como deve ser
Quem comandou o projeto foi o doutor em Geografia e professor da UFMS em Corumbá Edgar Aparecido da Costa. Segundo ele, a disciplina foi possível graças a um projeto apresentado junto ao CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) intitulado "Apoio à expansão da produção agroecológica e da certificação orgânica de agricultores familiares na fronteira Brasil-Bolívia".
"Foi aprovado juntamente com alguns recursos para fazer investimentos e induções para ampliar os produtores na base agroecológica e de certificação orgânica em Corumbá. Fizemos a parceria com a Agraer, Embrapa e IFMS e criamos a disciplina, que para conseguir trazer os produtores foi em formato de curso de extensão", explica o pesquisador.
Segundo ele, também participaram técnicos agrícolas e pessoas interessadas no tema. "Foi uma interdisciplinaridade total, com uma diversidade muito grande de pessoas. Nós discutimos e trouxemos conceitos sobre o que é agroecologia, falamos do processo histórico e começamos a pensar nas intervenções nos dois lotes dos produtores/alunos".
Edgar afirma que a Agraer foi extremamente importante nessa fase do projeto. "Ensinamos a produzir mudas de bandeja, compramos o substrato com os recursos disponíveis e depois fomos transplantar os vegetais nas duas propriedades. Os alunos colocaram a mão na massa e ajudaram na limpeza das hortas e depois avaliaram a produção", pontua o professor.
Segundo ele, a ideia do projeto surgiu quando foi verificado o uso excessivo de venenos nas plantações da região. "Por isso a nossa intervenção. Queremos mostrar que é possível produzir com muito mais qualidade sem agrotóxicos e com resultados ainda melhores", completa.