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PF investiga crimes contra a ANTT praticados por servidores

Por Midia NAS em 18/10/2022 às 14:04:21

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A PolĂ­cia Federal cumpriu nesta terça-feira (18) cinco mandados de busca e apreensão em BrasĂ­lia e São Paulo no âmbito da Operação Livre Fluxo. A ação investiga a prĂĄtica de crimes contra a AgĂȘncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo a PF, as investigações tiveram inĂ­cio a partir de informações encaminhadas pela Subsecretaria de Conformidade e Integridade do Ministério da Infraestrutura. A PF apura atos de corrupção praticados por um servidor de cargo efetivo da agĂȘncia, que não teve a identidade revelada, e outras condutas atribuĂ­das a ex-ocupantes de cargos em comissão.

As ordens judiciais tĂȘm como objetivo dar mais elementos de informação no âmbito de dois inquéritos policiais em curso na SuperintendĂȘncia da PolĂ­cia Federal em BrasĂ­lia.

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A PF informou que a primeira investigação apura solicitação de vantagens indevidas por parte de um servidor da ANTT, ocupante do cargo de Técnico em Regulação de Serviços de Transporte Terrestres. "Os atos teriam sido praticados, sobretudo, no perĂ­odo em que o investigado exerceu a função de superintendente de Passageiros da AgĂȘncia".

"Em uma das ocasiões, para atender interesses de empresa do setor de transporte interestadual de passageiros, o servidor solicitou o pagamento de R$ 240 mil a particular ligado à referida pessoa jurĂ­dica. HĂĄ indĂ­cios de que os valores das solicitações indevidas consideravam, por exemplo, o grau de lucratividade das linhas de ônibus sobre as quais se demandava registro por parte da ANTT", acrescentou a PF.

JĂĄ o segundo procedimento, além do pagamento de vantagens indevidas ao ocupante de cargo efetivo da ANTT, também apura atos praticados por ex-servidores comissionados da autarquia. "HĂĄ indĂ­cios de que, em comunhão de desĂ­gnios, os investigados procediam com o acesso de informações internas ao órgão e, posteriormente, as utilizavam em benefĂ­cio de interesses privados", disse a PF.

Outra constatação da operação é que uma das investigadas, mesmo após o término de seu vĂ­nculo com a ANTT, continuou acessando, por cerca de 1 ano, as estruturas fĂ­sicas e sistemas internos da agĂȘncia. Foram identificados 17.989 acessos indevidos. As violações, segundo a PolĂ­cia Federal, só foram possĂ­veis em razão da anuĂȘncia por parte de então ocupante do cargo de Assessor Técnico para o Transporte Internacional da ANTT. HĂĄ ainda a suspeita de que parte das informações tenham sido repassadas a um terceiro investigado que, por consequĂȘncia, as utilizava como "moeda de troca", junto a particulares, em razão do recebimento de vantagens indevidas.

Ainda segundo a PF, consta a informação de que, agindo em nome da ANTT, os investigados procediam com a comercialização de estudos e consultorias em favor de entes pĂșblicos municipais de diferentes unidades da federação.

A PF informou também que os envolvidos jĂĄ foram alvo de outras comunicações que apontam, em diversas ocasiões, que teriam praticado atos de ingerĂȘncia em processos em trâmite junto à ANTT, com o objetivo de beneficiar determinadas empresas, em detrimento de outras do mesmo ramo de atividade. Em contrapartida, teriam recebido veĂ­culos e outros bens como forma de pagamento da "propina".

Confirmados os atos, os investigados podem ser enquadrados nos crimes de corrupção passiva, associação criminosa, violação de sigilo funcional e usurpação de função pĂșblica.

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