A decisão de doar o órgão respeita um desejo do próprio Eder Jogre. Segundo o médico Renato Anghinah, o lutador brasileiro comunicou à família sobre sua vontade após o também lutador Mohammed Ali decidir não doar o seu, ao morrer, em 2016.
"O Eder ficou muito chateado com essa decisão do Ali. Foi aí que ele teve certeza de que faria diferente", disse o Anghinah ao UOL.
Filhos de Eder, Marcel e Andrea Jofre afirmam que o pai se considerava doador de órgãos, e dizia que "se fosse para ajudar, poderiam doar todos os dele". Quando o diagnóstico da doença veio, ele confirmou com o médico o desejo da doação do cérebro.
"Esse é mais um gesto nobre do meu pai, que trouxe tantas alegrias pro povo brasileiro. Eu, como filho, fico muito feliz por saber que ele tomou essa decisão em vida. Se outros pacientes tivessem feito o mesmo, o tratamento do meu pai estaria mais avançado. Poderia ter prolongado a vida dele", diz Marcel, também presente na entrevista.
Assim que foi decretado o óbito de Eder Jofre, os familiares acionaram o neurologista para que fosse feita a remoção do órgão. Ele foi captado e levado até o laboratório de medicina da USP.