Um homem foi preso na manhã desta sexta-feira (21), em Campo Grande, em cumprimento de mandados da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), contra quadrilha do falso consórcio.
O homem, que não teve a identidade revelada, foi preso em casa no Bairro Estrela Park. Na casa, os policiais encontraram 20 munições deflagradas, além de contratos dos golpes aplicados em diversas vítimas. Também foram apreendidas duas cobras rei, de origem da Ásia e um papagaio. O autor ainda tinha um espaço para a criação de cobras. A PMA (Polícia Militar Ambiental) foi acionada para levar os animais.
O homem também foi autuado por furto de energia, já que 'gatos' foram encontrados na residência.
Segundo o delegado Reginaldo Salomão, foram identificadas 48 vítimas sendo que, apenas, 16 resolveram representar contra o autor que faz parte do terceiro tronco da quadrilha, que já chegou a fazer mais de 500 vítimas.
O delegado ainda faz um alerta para que as pessoas procurem empresas já estabelecidas no mercado, "Nenhuma empresa da crédito para quem está com nome negativado. É preciso ter cautela", falou Salomão.
Dois membros da quadrilha foram presos no início de setembro. Uma das líderes do grupo veio de Corumbá para a Capital, e daí os dois grupos foram criados. O grupo ostentava luxo em redes sociais, com viagens para resorts na Bahia, carros e roupas de luxo.
Durante as primeiras prisões, a polícia apreendeu celulares, notebooks e documentos, inclusive uma agenda com mais de 100 nomes de possíveis vítimas dos estelionatários.
A polícia chegou até a quadrilha após uma grávida que havia comprado uma carta de crédito e não recebido o carro no prazo procurou a delegacia. Quando os policiais foram até a empresa para intimar a presença na delegacia e esclarecer os fatos perceberam se tratar de estelionatários.
O grupo alugava salas, decorava de forma luxuosa, e anunciava no "Marketplace do Facebook" veículos e imóveis expostos à venda na internet, parcelados no boleto. Os interessados clicavam no anúncio e eram direcionados para a atendente via aplicativo de troca de mensagens WhatsApp.
Quando a vítima comparecia para fazer negócio, os golpistas falavam que já havia sido vendido, mas que eles poderiam comprar uma carta de crédito e repassar o valor para a vítima, mediante entrada e parcelas, e que esse valor seria entregue no máximo em três dias. A empresa utilizada pelo trio não está autorizada pelo Banco Central a atuar nesse mercado, e o local não possui autorização dos órgãos de controle para funcionar, de forma que o Procon/MS lacrou a empresa.