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Laudo confirma que cadela morreu por intoxicação após comer petisco

Segundo laudo, a intoxicação por etilenoglicol pode afetar o trato gastrointestinal, levando a morte

Por Midia NAS em 21/10/2022 às 10:25:14

O Instituto de Análise Laboratoriais Forenses da Coordenadoria Geral de Perícias emitiu laudo que comprova que a cadela Chloe, uma spitz alemão de 5 anos, morreu por intoxicação após comer um petisco de marca Bassar em agosto desse ano.

Conforme o laudo, as amostras revelaram presença de etilenoglicol, um diálcool largamente utilizado como um anticongelante automotivo. Na sua forma pura é um composto inodoro, incolor, xaroposo líquido com um sabor doce, é nocivo e sua ingestão deve ser considerada uma emergência médica.

Ainda conforme a conclusão, a intoxicação por etilenoglicol pode afetar o trato gastrointestinal, fígado, cérebro e rins. Uma vez ingerido, é rapidamente absorvido pelo estômago, metabolizado no fígado e seus metabólitos levam à deposição de um grande número de cristais de oxalato de cálcio dos túbulos proximal e distal. Este depósito de oxalato de cálcio leva a uma necrose e obstrução tubular, levando à morte.

Morte de Chloe

Conforme o registro policial, a mulher de 51 anos procurou a Polícia Civil, após a morte do animalzinho. Segundo ela, a cachorrinha comeu o petisco Dental Care Pet Food da Bassar no dia 29 de julho. Naquela tarde, Chloe ficou prostrada e inerte e, no dia seguinte, vomitou várias vezes. No restante do dia 30, a cadelinha ainda ficou estável, mas teve piora no dia 31.

A dona então levou Chloe para uma clínica veterinária, de onde ela já não saiu mais. A cadelinha permaneceu internada e acabou falecendo no dia 5 de agosto, por renal e parada cardiorrespiratória.

Assim que soube de casos semelhantes através de na internet, a proprietária procurou a Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista). O caso é tratado como crime contra relação de consumo por vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou de qualquer forma entregar matéria-prima ou mercadoria em condições impróprias para consumo.

Petisco foi retirado das prateleiras

A rede de pet shop Petz, com duas lojas em Campo Grande, retirou das prateleiras os produtos da marca Bassar Pet Food, suspeita de intoxicar cães nos estados de Minas Gerais e em São Paulo. O comunicado da suspensão foi feito nas redes sociais da empresa.

Os petiscos identificados até o momento são: Dental Care, Every Day e a Petz Snack Cuidado Oral. Todos são de fabricação da empresa Bassar. A Polícia Civil de Minas Gerais informou que foi identificada a presença de monoetilenoglicol em um dos petiscos entregues à delegacia por tutores de animais que passaram mal ou morreram. Ao menos 40 mortes de cães foram registradas até o dia 5 de setembro.

"Retiramos voluntariamente os produtos investigados dos pontos de venda da rede em todo o país, notificando a empresa Bassar para ciência e providências, bem como nos colocamos prontamente à disposição para colaborar com apuração dos tatos. Reiteramos nosso compromisso de priorizar nossos clientes e o nosso maior objetivo, o bem estar animal, reforçando que seguimos à disposição", disse a empresa.

Em seu site, a Bassar publicou uma nota dizendo que interrompeu a produção de sua fábrica "até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos". A empresa também afirmou que "contratou uma empresa de perícia para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e maquinários" e que colabora com as investigações.

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