A ação foi organizada pela ONG Rio de Paz, em parceria com moradores da Cidade de Deus, comunidade da zona oeste. Entre os homenageados estava Thiago Flausino, 13, foi morto em ação policial na favela no último dia 7.
"Hoje completamos 11 dias que Thiago foi executado com cinco tiros de fuzil. Vivemos um pesadelo, procurando buscando por paz e justiça. Hoje queremos que a justiça seja feita e que os policiais que executaram o Thiago sejam presos e respondam criminalmente pelo que eles fizeram", disse a tia de Thiago, Nathália Flausino.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que agentes do Batalhão de Choque realizam patrulhamento quando foram atacados a tiros por dois homens em uma moto. "Após confronto, um adolescente (Flausino) foi encontrado atingido e não resistiu aos ferimentos. Uma pistola calibre 9 mm foi apreendida no local", relatou. A Delegacia de Homicídios investiga o caso.
Bandeiras do Brasil foram colocadas em cima dos caixões. Todas estavam com 14 furos cada, representando tiros e o número dos jovens mortos.
"As bandeiras são alusivas aos meninos e meninas pobres que foram mortos por balas perdidas no estado do Rio de Janeiro. O que essa gente, que perdeu os seus filhos em operações policiais, sente por nossa pátria? Como esperar que essas famílias de comunidades pobres amem essa bandeira, que representa o país que não lhes ofereceu nada?", disse Antônio Carlos Costa, presidente da Rio de Paz.
Durante o ato, os presentes carregaram os caixões pela orla, em um cortejo fúnebre da altura do Copacabana Palace até a avenida Princesa Isabel. A faixa utilizada no protesto, com a frase "Rio 2022/2023: 14 crianças pobres mortas por bala perdida", será estendida na lagoa Rodrigo de Freitas.
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