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Ciro Nogueira mantém pregação anti-Lula e mira a vice de Tarcísio ao Planalto

Presidente do PP diz se manter na oposição, mesmo na iminência de deputado do partido assumir ministério de Lula Ciro Nogueira, no Palácio da Alvorada, durante o segundo turno das eleições do ano passado – Pedro Ladeira/Folhapress MARIANNA HOLANDA FOLHA DE S.

Por Midia NAS em 21/08/2023 às 17:58:26
Ciro Nogueira, no Palácio da Alvorada, durante o segundo turno das eleições do ano passado – Pedro Ladeira/Folhapress
MARIANNA HOLANDA FOLHA DE S.PAULO BRASÍLIA – O senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), mantém pregação contrária ao presidente Lula (PT), contrariando expectativas de quem via nele um aliado em potencial do petista.

O motivo é que ele mira a vice em eventual chapa presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2026, segundo tem dito a aliados. O senador quer pegar a fatia do eleitorado de direita conservadora nos costumes e liberal na economia, um nicho que o bolsonarismo criou e explorou nas últimas eleições.

O dirigente do centrão foi ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) com Tarcísio —ele no comando do principal ministério, a Casa Civil, e seu colega na Infraestrutura.

Ciro Nogueira, Tarcísio e todos do campo da direita negam publicamente pretensões presidenciais, até por faltar muito tempo ainda para a disputa. O plano A, dizem sempre, ainda é Bolsonaro, apesar de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tê-lo declarado inelegível por mentiras e ataques ao sistema eleição.

Na prática, as discussões do espólio de Bolsonaro já começaram reservadamente. Ciro Nogueira é senador desde 2013, e seu segundo mandato se encerra na próxima disputa, em 2026.

A avaliação é a de que poderia ter um perfil complementar ao de Tarcísio, sendo do Nordeste e experiente na política.

O nome da também senadora do PP e ex-ministra de Bolsonaro, Tereza Cristina (MS), surge nas conversas da cúpula do partido como potencial para presidente até mesmo com a ex-primeira-dama Michelle de vice.

Nas redes sociais, quase diariamente, Ciro Nogueira tem feito publicações críticas ao governo Lula.

“É preciso reconhecer: Lula 3 não está cometendo nenhum erro novo. Só está errando os velhos erros, os erros de sempre. A coerência de Lula 3 é errar como Dilma e não acertar como Lula. Na verdade não existe Lula 3: há o governo Dil-la ou o governo Lul-ma. Aguenta, Brasil”, disse no último dia 13.

Ex-aliado do petista, Ciro Nogueira já chamou Bolsonaro de “fascista” e afirmou que Lula foi melhor presidente do Brasil.

Um empecilho que o senador terá de driblar é a provável entrada do deputado André Fufuca (PP-MA) no governo Lula, o que fragiliza o discurso de oposição.

A interlocutores Ciro Nogueira credita a negociação para a entrada no primeiro escalão mais a uma negociação com o presidente da Câmara e correligionário, Arthur Lira (PP-AL).

Ex-aliado do petista, o senador também já deixou claro que não se reunirá com o presidente, ainda que tenha bom trânsito com seus articuladores políticos, como o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

Ciro Nogueira não participa diretamente das negociações, mas também não veta. O partido de 52 deputados sempre fez parte dos governos, de Lula a Bolsonaro.

Para se distanciar, Ciro Nogueira tem dito que Fufuca se afastaria de decisões partidárias, caso se tornasse ministro. O partido também deve levar a presidência da Caixa, para onde considera indicar a advogada e ex-deputada amiga de Lira, Margarete Coelho.O governo Lula tem acenado ao centrão, com liberação de emendas e lugar no primeiro escalão, para garantir vitórias no CongressoO governo Lula tem acenado ao centrão, com liberação de emendas e lugar no primeiro escalão, para garantir vitórias no Congresso

O objetivo dos três partidos que compuseram a coligação de Bolsonaro em 2022 —PL, PP e Republicanos— é se manter unidos até a próxima eleição. A dificuldade será no discurso de oposição, caso os dois tenham filiados na Esplanada.

Por isso, seus dirigentes dizem não se tratar de um “embarque” no governo e defendem ainda a independência da legenda, num gesto firme ainda ao bolsonarismo.

No caso do Republicanos, Tarcísio já disse que deixaria a legenda caso o deputado Sílvio Costa Filho (PE) embarcasse no governo Lula, como as negociações indicam. O presidente da legenda, Marcos Pereira, atua para garantir sua permanência na sigla.

Por outro lado, tanto o PL de Valdemar Costa Neto quanto o PP gostariam de vê-lo entre os seus quadros. Na última semana, o partido de Ciro Nogueira filiou o secretário da Casa Civil de São Paulo, Arthur Lima, num evento com a presença de Lira.

Em outra frente, aliados do governador de São Paulo não descartam que ele possa deixar o Republicanos e ficar até mesmo sem partido até quando for mais próximo da eleição.

Interlocutores dizem que ele quer disputar a reeleição ao Governo de São Paulo, mas que tudo dependerá, primeiro, se Bolsonaro se mantiver inelegível e como estará a avaliação de Lula até lá.

O ex-ministro de Infraestrutura só topará disputar o Planalto se tiver chances reais de derrotar o petista ou um candidato sucessor.

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