"Fizemos hoje uma avaliação e falamos sobre os desafios de retrocesso e avanço nesses 20 anos e como podemos melhorar a aplicação da lei nas escolas. Essa lei veio para preencher uma lacuna deixada por todo o processo do racismo que é estrutural na sociedade. Nós entendemos que é necessário falar da contribuição do negro socialmente, economicamente e não colocar de uma forma pejorativa como infelizmente era feito em livros escolares antigos. Hoje há todo um entendimento e reorganização na parte pedagógica e até mesmo nos livros da forma de colocar isso como uma construção e valorização de etnia", explica.
A relevância do estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-brasileira e africana não se restringe à população negra, ao contrário, diz respeito a todos.
Para a jornalista Fabiana Simão, levar para as salas de aula mais sobre a cultura afro-brasileira ajuda a formar princípios. "Pensando que as crianças estão no início da escolarização é fundamental para formar princípios. Nós só ganhamos. Há 20 anos esse tema não era tratado nas escolas e hoje nós temos uma lei que reforça sobre a questão do racismo, além de ações promovidas que falam sobre isso".
A subsecretária de Defesa dos Direitos Humanos, Thais Helena, esteve presente no evento reforçou a importância de promover ações de combate ao preconceito.
"São 20 anos da promulgação da lei 10.639 que preconiza inserir em todo o processo pedagógico escolar a questão da cultura e da história da população negra. É muito importante realizar ações como essa para debater, ver quais foram os avanços, como está sendo inserido nas escolas e no que ainda precisamos avançar. O objetivo desse encontro é conversar, trocar informações e principalmente, conscientizar, para que todas as escolas tenham participação no combate ao preconceito, a discriminação e a desigualdade racial que ainda existe", pontua.
A professora Elaine Cristina, também participou do encontro para entender como melhor trabalhar o tema nas salas de aula. "Essa temática é muito válida e não deve se restringir apenas em momentos como esse, deve ser fomentado e contar com a participação de todos, principalmente dos professores, para que saibam como trabalhar com seus alunos e como discutir sobre esse assunto, parte da vivência de muitos", conclui.