Professora, mãe, musicista, gestora e, agora, acadêmica novamente. Se fosse resumir a vida da violonista Kaíza da Costa Alves, 25 anos, seria assim. Coordenadora do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, onde começou sua trajetória, Kaíza foi uma das sul-mato-grossenses selecionadas para participar da Falcons University, uma iniciativa da Gerando Falcões.
A história de Kaíza se confunde com a do Moinho Cultural, sediado em Corumbá e que, desde sua fundação há 18 anos, já atendeu mais de 23 mil crianças e adolescentes. Ela entrou na instituição quando tinha oito anos. Foi em seu segundo ano na instituição que ela teve contato com o violino, instrumento no qual se especializou. Ela, atualmente, é spalla da OCAMP (Orquestra de Câmara do Pantanal) – ou seja, a primeira violinista.
Como atendida da instituição, Kaíza teve aulas com professores renomados da OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira) e internacionais. Com o fim do ciclo no Moinho Cultural, ela entrou na faculdade e se formou em Pedagogia.
No Moinho Cultural, ela já foi professora de um projeto realizado em Puerto Quijarro (Bolívia), professora de violino, professora do coral e integrante da OCAMP. Em junho deste ano, foi convidada a se tornar coordenadora da instituição.
"Sempre fui musicista e, até pelo Moinho Cultural já ter realizado o meu sonho de tocar em uma orquestra, não me via na linha de frente da instituição. Por tudo que passei nesses anos, tenho vontade de devolver algo para a instituição também. Estar aqui é uma forma de retribuir tudo aquilo que recebi no instituto", conta.
Na nova função, Kaíza começou a vislumbrar outras capacitações, quando se deparou com a seleção para a Falcons University. A Gerando Falcões, responsável pela iniciativa, tem como foco iniciativas transformadoras, capazes de gerar resultados de longo prazo e, para isso, entrega serviços de educação, desenvolvimento econômico e cidadania em favelas, e executa programas de transformação sistêmica.
Nascida em 2020, a Falcons University, braço educacional da GF, é uma aceleradora de talentos com iniciativas inovadoras e tecnológicas, de experiências humanas profundas, cujo objetivo é formar líderes que desejam expandir e melhorar a estrutura de suas ONGs. Já são mais de 600 líderes formados, atuando em 6400 favelas, em 26 estados brasileiros.
"Tenho certeza que esta formação será um diferencial futuramente. Meu objetivo é sempre buscar o melhor para o Moinho Cultural e, principalmente, para as crianças, o nosso público mais importante", assegura Kaíza.
As aulas já começaram e, nos dias 22 e 23 de setembro, ela participa de uma imersão, que será realizada em Campo Grande, com representantes de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
O Moinho Cultural é uma OSC que oferece há 18 anos para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social de Corumbá, Ladário, Puerto Suarez e Puerto Quijarro, aulas de dança, música, tecnologia e informática. A formação integral oferecida pela instituição tem duração de até oito anos. O Moinho também atua na formação de intérpretes criadores para jovens e adultos, com a Companhia de Dança do Pantanal, Orquestra de Câmara do Pantanal e Núcleo de Tecnologia. A missão da instituição é diminuir a vulnerabilidade social na região de fronteira Brasil-Bolívia, por meio do acesso a bens culturais e tecnológicos. Desde o início das atividades, mais de 23 mil crianças e adolescentes já foram atendidos pelo Moinho.
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