Vilda foi acusado pelas jogadoras de promover um ambiente tóxico. Antes do Mundial, em setembro de 2022, 15 jogadoras, entre elas Putellas e Bonmatí, assinaram uma carta em que pediam que o treinador fosse demitido do comando da seleção espanhola, recém-eliminada nas quartas de final da Eurocopa. Havia reclamações sobre os métodos de trabalho e assédio moral contra as atletas.
À época, a RFEF, liderada por Rubiales, bancou e apoiou a permanência de Vilda, que viria a conquistar o título mundial na Austrália e Nova Zelândia, no mês passado. O presidente está afastado da entidade e suspenso provisoriamente pela Fifa após dar um beijo forçado em Jenni Hermoso durante a cerimônia de entrega do troféu da Copa do Mundo. Pedro Rocha foi apontado como presidente interino.
Rocha já havia afirmado na última semana que conversaria com Vilda a respeito de sua continuidade no cargo de treinador principal da seleção espanhola. Além de sua demissão, o presidente interino publicou uma carta nesta terça-feira, na qual pede desculpas, em nome da RFEF, sobre os acontecimentos das últimas duas semanas, principalmente o "comportamento totalmente inaceitável do seu mais alto representante institucional".
"Os danos causados ao futebol espanhol, ao esporte espanhol, à sociedade espanhola e aos valores do futebol e do esporte no seu conjunto foram enormes. Lamentamos profundamente os danos causados e, por isso, a partir desta RFEF, devemos pedir as nossas mais sinceras desculpas e assumir o compromisso firme e absoluto de que fatos como este não voltarão a acontecer", afirma a nota, assinada por Rocha.
Vilda assumiu o comando da seleção espanhola em 2015, após experiências com as categorias de base do país. Apesar do boicote das atletas, a equipe conquistou pela primeira vez a Copa do Mundo feminina neste ano, derrotando a Inglaterra por 1 a 0 na decisão.