O encontro é organizado pelo Blogs de Ciência da Unicamp, rede que reúne mais de 150 blogs, e pelo instituto, que promove diversas atividades de divulgação científica. A primeira edição do encontro foi realizada no ano passado. A ideia de colocá-lo em prática surgiu a partir da vontade de aproximar distintos perfis de divulgadores e de jornalistas a museus, tendo em vista que, durante a pandemia de covid-19, os idealizadores observaram uma diversificação de tipos de pessoas que se dedicaram a dar visibilidade a conhecimentos.
O físico Eduardo Sato, do Instituto Principia, um dos organizadores do evento, tem mérito na divulgação científica, pois faz demonstrações de experimentos na internet. Ele conta que, à medida que foi produzindo conteúdos, teve que aprimorar habilidades como o manejo de microfone e câmeras e que, até hoje, tem que vencer a engrenagem da internet para alcançar mais visualizações."O que percebo é que, no ambiente online, você consegue atingir um público maior, mas, em compensação, o impacto não é tão forte, porque as pessoas estão mais distraídas quando estão usando a internet, procurando algum tipo de distração, que é diferente de quando elas tomam um tempo para ir a um museu, ver uma palestra, algo desse tipo. E, na internet, tem sempre a necessidade de você estar lutando contra os algoritmos, as bolhas de assunto que se formam. Cada um tem suas peculiaridades", disse.
Para Sato, um dos benefícios trazidos pela pandemia de covid-19 foi o revigoramento da comunidade científica, que ofereceu credibilidade em uma fase na qual a desinformação imperou. Ele comentou que, como resultado, o que deve ter havido e o que se espera é um crescimento de profissionais da editoria de ciência nas redações de jornalismo.
"Como teve essa incrível avalanche necessidade de cobrir pautas, muitas pautas envolvendo ciência e saúde, acredito que tenha um investimento ou, pelo menos, um olhar mais atento dos jornais. E uma coisa que espero que tenha melhorado é o contato entre cientistas e jornalistas, porque o que ouço é que a dificuldade está nesse contato, porque, às vezes, o pesquisador não atende ou explica de um jeito muito complexo, não quer que você faça uma analogia, uma adaptação de linguagem", afirmou.
Segundo Sato, para que o jornalismo e a ciência consigam estabelecer um pacto melhor de colaboração, ambos devem entender que trilham os caminhos em compassos diferentes. "O que ouço, normalmente, é que as perguntas que os jornalistas fazem ainda não têm respostas fechadas, porque ainda estão sendo produzidas as pesquisas. O jornalista, com essas pautas quentes, precisa de muitas respostas imediatas, que, muitas vezes, os cientistas não têm."
Mais informações sobre a programação podem ser consultadas no perfil do evento no Instagram e por meio do site oficial.