Entregou-se à polícia nesta segunda-feira (11) o padeiro Juliano Azevedo Cardoso, 28, acusado de matar com golpes de faca a mulher, Mikaela Oliveira Rodrigues, 22, crime ocorrido na sexta-feira passada, um dia depois do feriado da Independência, num bairro de Anastácio, cidade situada a 137 quilômetros de Campo Grande.
Antes de preso - contra ele já havia um mandado de prisão -, o acusado pelo 20º feminicídio ocorrido neste ano em Mato Grosso do Sul, Cardoso recorreu às redes sociais para"justificar" o crime cometido perto dos dois filhos, de um e quatro anos.
Aqui trecho do texto que teria sido produzido pelo padeiro, exatamente como publicado numa de suas contas no Facebook:
"... todos me julgaram quer minha cabeça e tal mas eu sempre dei meu sangue pela família eles eram tudo que tinha sempre eles em primeiro lugar sempre trabalhei de sol a sol de madrugada me afastei até da minha mãe pra dar mais atenção a minha família fiz de tudo mesmo", afirmou o feminicida, que seguiu:
"...mais sou ser humano sou falho deixei o meu sentimento falar mais alto tou arrependido vou pagar pelo meu erro só quero que cada um de vcs que me julgou se ponha no meu lugar só 1 minuto vc fazendo de tudo e a parceria com outro na sua casa na sua cama na frente das crianças não aguentei errei..." escreveu o acusado, deixando a entender ter sido traído pela companheira. Ele publicou ainda que a casa da mãe dele tinha sido incendiada depois do crime, mas o afirmado foi desmentido pela própria rede social.
Na sexta passada, data do feminicídio, o padeiro mandou um áudio por whatsaap ao sogro e relatou que havia matado a mulher e sugeriu que ele fosse até a casa confirmar o crime. Cardoso disse ainda ter sido traído, daí matou a mulher; logo depois, pegou os dois filhos e fugiu.
Ao menos até por volta da 18h, a delegacia da Polícia Civil de Anastácio não tinha divulgado nada sobre o depoimento do padeiro, presumida profissão do marido diante das publicações em redes sociais, em ambiente parecida a uma padaria e ele mostrando pães que teria produzido.
O rapaz que "sempre deu o sangue pela família" e que diz ter matado por traição, pode pegar uma pena de 30 anos de prisão. Confirmado isso, deixa a cadeia quando estiver perto de completar 60 anos de idade.
Em âmbito penal, o adultério não é uma conduta criminosa. Mais: a versão da suposta traição é sustentada apenas pelo marido que matou a mãe dos filhos dele com diversos golpes de faca - atestado da causa da morte ainda não ficou pronto.
A reportagem tentou conversar com o advogado do padeiro, mas até a publicação deste material não tinha conseguido. Se ele se manifestar, este material será atualizado.