O Ibope deu entrada na ação após notificar a CBF extrajudicialmente e cobra pagamentos de três parcelas que, com juros e correções, batem R$ 1.057.545,13.
O contrato firmado entre Ibope Repucom e CBF tem como objetivo medir o retorno de exposição de mídia de patrocinadores e parceiros dos campeonatos nacionais de 2021, 2022 e 2023.
O acordo apresentado nos autos foi firmado já na gestão do atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, embora a análise dos dados envolva período anterior à chegada dele ao poder.
O caso tramita no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) desde o início da semana.
A CBF ainda não foi notificada oficialmente, segundo os autos. Procurada pela reportagem, a CBF optou por não se manifestar no momento.
O CONTRATO
O valor total do contrato firmado entre CBF e Ibope é de pouco mais de R$ 2 milhões, divididos em 18 parcelas. Onze delas de R$ 99 mil e outras sete de R$ 133,6 mil. A vigência definida no documento é de agosto de 2022 até o fim de janeiro de 2024.
O Ibope alegou à Justiça que, em razão de negociações com a CBF, os valores referentes aos serviços das temporadas 2021 e 2022 só foram cobrados ao fim de março de 2023.
O relato da empresa dá conta de que as notas fiscais foram enviadas à CBF, que não respondeu de imediato dizendo o que faria e tampouco pagou.
EM E-MAIL, A CBF ALEGOU ANÁLISE
A empresa afirma que a CBF reconheceu, posteriormente, que estava em débito com o Ibope Repucom pelo serviço prestado.
Em um e-mail enviado por uma funcionária do alto escalão do jurídico, já em julho deste ano, a alegação foi que a nova gestão assumiu com compromisso de transparência, credibilidade e lisura. E, assim, havia uma preocupação com compliance.
Assim, processos internos de análise e aprovação de pagamentos de contratos sofreram impactados. A CBF, segundo essa mesma resposta, estaria analisando de forma minuciosa o acordo com o Ibope, bem como os serviços prestados durante a temporada 2022.
Desde abril, diante da situação toda, o Ibope Repucom suspendeu os serviços à CBF -segundo notificação feita à entidade. A notificação extrajudicial veio em julho, dando à CBF um prazo para pagamento em 4 de agosto. Sem solução. Aí, o passo seguinte foi a abertura do processo.
A abrangência da medição da exposição de mídia envolvia amistosos da seleção e jogos das Eliminatórias, Copa do Mundo 2022, comparativo de marcas da seleção, Brasileiro das Séries A e B (masculino), Série A1 do Feminino, Copa do Brasil (masculino), além de torneios de base e análise do retorno sobre exposição nas redes sociais.