"É mentira. Meu pai era quem ele era. Sua família veio do México. E meu pai nasceu em Oxnard", afirmou Orlandi. "É uma fraude. É repugnante para a herança do povo tribal. E é um insulto para meus pais", acrescentou Cruz, em entrevista ao San Francisco Chronicle.
Littlefeather afirmava pertencer às tribos White Mountain Apache e Yaqui, por parte de pai. A artista ficou marcada na história em 1973, na cerimônia do 45º Oscar, ano em que recusou o prêmio de melhor ator em nome de Marlon Brando por seu papel em "O Poderoso Chefão" (1972), em protesto contra o tratamento da indústria para com os nativos americanos.
Cruz e Orlandi afirmaram ainda que pretendem restaurar a reputação de seus pais, já que Littlefeather está sendo "venerada como uma santa". Elas também disseram que a alegação de que seu pai era alcoólatra e abusou delas e de sua mãe é falsa.
Orlandi diz ficar enfurecida por sua irmã ter mentido sobre ter uma educação violenta e pobre, e que ela roubou a experiência de infância de seu pai. "Meu pai era surdo e perdeu a audição aos 9 anos por causa de meningite", disse Cruz. "Ele nasceu na pobreza. Seu pai, George Cruz, era um alcoólatra violento e costumava bater nele. E ele foi passado para lares adotivos e familiares."
Littlefeather morreu em 2 de outubro deste ano, em decorrência de um câncer de mama. Ela estava em sua casa, em Marin County, na Califórnia. "Littlefeather dedicou sua vida à saúde e bem-estar dos nativos em todos os lugares.
Ela era conhecida por seu senso de humor, raciocínio rápido e defesa feroz das comunidades nativas americanas e indígenas", dizia um comunicado à imprensa.