De acordo com o boletim da unidade de saúde divulgado no mesmo dia, Allana e Mariah estão conscientes, alimentam-se normalmente e interagem com os pais. Elas fizeram a cirurgia de separação há um mês e apresentam bom progresso na recuperação.
"É um importante passo, a fase mais complicada do pós-operatório já passou. Os dois momentos mais decisivos são a última cirurgia, a mais complexa, em que ocorre a separação completa dos cérebros e a reparação dos crânios e peles das cabeças, e também o pós-operatório, com a observação rigorosa das crianças. Por 32 dias, cada etapa da recuperação delas foi acompanhada meticulosamente", afirma o médico Hélio Rubens Machado, chefe do setor de Neurocirurgia Pediátrica e líder da equipe.
A cirurgia de separação, concluída com sucesso no domingo (20), durou 25 horas e foi a quarta intervenção a que as crianças foram submetidas.
"É uma sensação de gratidão, de etapa vencida e alegria ao ver cada pequena em uma cama. Nós entregamos e confiamos nos médicos, enfermeiros e equipe multidisciplinar as meninas. Agora, estamos vendo elas bem, reagindo mais e mais a cada dia", diz Talita Cestari, mãe das gêmeas.
No sábado (19), quando a cirurgia de separação foi iniciada, as equipes médicas, compostas de 50 profissionais de áreas como neurocirurgia pediátrica, cirurgia plástica, pediatria, radiologia e enfermagem, atuaram na dissecção de cerca de 25% dos vasos sanguíneos restantes.
De acordo com o hospital, os demais 75% já tinham sido separados nas três neurocirurgias a que as meninas foram submetidas anteriormente.
O primeiro procedimento, em 6 de agosto do ano passado, levou nove horas e meia para ser concluído, meia hora a mais do que a segunda cirurgia, em 19 novembro. Na terceira fase, em março, elas foram submetidas a um novo procedimento de sete horas de duração.
Um procedimento preparatório pré-cirurgia final foi realizado em 15 de abril, quando a equipe de Farina Júnior fez a inserção de expansores de pele. Uma equipe do Hemocentro de Ribeirão fez ainda a punção da crista ilíaca (osso do quadril) para a coleta de células-tronco. O procedimento total levou quatro horas para ser concluído.
As células-tronco foram colhidas para serem usadas para a formação óssea da reconstrução craniana das meninas.
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