Relação do petista com o Congresso Nacional também é mais bem avaliada do que a do ex-presidente, segundo o levantamento
A pesquisa de opinião da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta terça-feira (3), mostra que 46,4% dos entrevistados acreditam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é melhor do que o de Jair Bolsonaro (PL). Para 29,1%, a gestão do petista tem sido pior do que a do ex-presidente. Outros 21,7% acham que os dois governos têm sido iguais, enquanto 2,8% não souberam avaliar.
A relação de Lula com o Congresso Nacional também é mais bem avaliada do que a de Bolsonaro. Para 54% dos brasileiros, o presidente tem conseguido se articular politicamente com o Legislativo para aprovar os projetos prioritários do governo. No mesmo período da gestão do ex-presidente, em agosto de 2019, 32% da população julgava que Bolsonaro conseguia ter boa relação com os parlamentares.
Os dados são da pesquisa de opinião realizada pela consultoria MDA, encomendada pela CNT. O levantamento ouviu 2.002 pessoas, entre 27 de setembro e 1º de outubro de 2023. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
A aprovação do governo Lula está em 55% e recuou dentro da margem de erro do levantamento. Na última pesquisa, em maio, o petista era aprovado por 57% dos entrevistados.
A desaprovação de Lula também subiu dentro da margem de erro e passou de 35%, em maio, para 39%. No mesmo intervalo do governo Bolsonaro, em agosto de 2019, o ex-presidente tinha 41% de aprovação e 54% de desaprovação.
Avaliação de Lula
Quando perguntados sobre a avaliação do governo federal, 16% responderam “ótimo” e 25%, “bom”. A soma do índice positivo, portanto, é de 41%.
Para 30,1%, a gestão do petista é “regular”, enquanto para 8,3% é “ruim” e para 19%, “péssima”. A avaliação negativa é de 27,3%. Outros 2,1% não souberam responder.
No último levantamento da CNT, em maio, a percepção positiva do governo de Lula era de 43%, e a negativa, 25%. Os resultados de lá para cá variaram dentro da margem de erro.
Viagens de Lula
O levantamento também avaliou as visitas a outros países que o presidente tem feito. Desde 1º de janeiro, quando tomou posse, Lula já visitou 17 nações.
Para 39%, as viagens internacionais são “muito importantes” para o Brasil, enquanto 17,8% acreditam que os deslocamentos ao exterior “não são importantes” para o país. Para 24,1%, as visitas têm “importância média”, e para 14,4%, são “pouco importantes”.
As viagens internacionais de Lula levaram o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), a assumir o posto, em média, um em cada cinco dias do governo. Desde 1º de janeiro de 2023, Lula passou 55 dias fora do Brasil.
Imagens de lideranças
A pesquisa da CNT questionou os entrevistados sobre a percepção a respeito de algumas figuras políticas do Brasil, como ex-presidentes, deputados e senadores.
Lula é o mais bem avaliado da lista, seguido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Bolsonaro é o quarto colocado do ranking e, ao lado do ex-presidente Michel Temer (MDB), é o “campeão” de percepção negativa.
Lula e Bolsonaro são os únicos que são conhecidos por todos os entrevistados. Confira:
Lula, presidente da República
Positiva: 49%
Neutra: 20%
Negativa: 31%
Não conhece: 0%
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Positiva: 28%
Neutra: 26%
Negativa: 33%
Não conhece: 11%
Dilma Rousseff, ex-presidente
Positiva: 27%
Neutra: 22%
Negativa: 48%
Não conhece: 2%
Jair Bolsonaro, ex-presidente
Positiva: 26%
Neutra: 22%
Negativa: 51%
Não conhece: 0%
Geraldo Alckmin, vice-presidente
Positiva: 25%
Neutra: 31%
Negativa: 28%
Não conhece: 13%
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Positiva: 25%
Neutra: 17%
Negativa: 36%
Não conhece: 20%
Sergio Moro, senador e ex-juiz da operação Lava Jato
Positiva: 23%
Neutra: 26%
Negativa: 45%
Não conhece: 9%
Aécio Neves, deputado e ex-candidato à Presidência
Positiva: 8%
Neutra: 26%
Negativa: 45%
Não conhece: 18%
Michel Temer, ex-presidente
Positiva: 8%
Neutra: 30%
Negativa: 51%
Não conhece: 8%
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados
Positiva: 7%
Neutra: 21%
Negativa: 24%
Não conhece: 45%
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado
Positiva: 6%
Neutra: 22%
Negativa: 23%
Não conhece: 46%
Percepção por segmento
Lula é mais bem avaliado entre as mulheres — 43% delas julgam o governo do petista como “ótimo” ou “bom”, enquanto o índice entre os homens é de 38%. A gestão do presidente é “ruim” ou “péssima” para 23% do público feminino e 31% do estrato masculino.
Entre os grupos etários, a melhor avaliação de Lula é para as pessoas de 60 anos ou mais. O governo é “ótimo” ou “bom” para 45% delas. Entre os jovens de 16 a 24 anos, o resultado é de 34%. A percepção negativa do governo Lula é de 27% para os idosos e de 22% para a parcela mais nova da população.
O desempenho do presidente é melhor no Nordeste. Confira o recorte por região:
Nordeste
Ótimo + bom: 54%
Regular: 27%
Ruim + péssimo: 18%
Sudeste
Ótimo + bom: 38%
Regular: 31%
Ruim + péssimo: 28%
Sul
Ótimo + bom: 32%
Regular: 31%
Ruim + péssimo: 35%
Norte e Centro-Oeste
Ótimo + bom: 32%
Regular: 31%
Ruim + péssimo: 34%
A avaliação de Lula por nível de escolaridade cresceu entre as pessoas com ensino fundamental. Em maio, o governo era “ótimo” ou “bom” para 41,6% delas, índice que agora está em 53%.
A percepção do petista entre católicos e evangélicos variou dentro da margem de erro de maio para cá. Entre os católicos, 47% julgam a gestão de Lula como “ótima” ou “boa”; 29% acreditam ser “regular”; e é “ruim” ou “péssima” para 23%. O resultado entre os evangélicos ficou em 29%, 30% e 38%, respectivamente.
Atos extremistas do 8 de Janeiro
Para 48% dos brasileiros, Bolsonaro incentivou o episódio de vandalismo ocorrido em 8 de janeiro e para 40% dos entrevistados, o ex-presidente não incentivou. Quem não soube responder somou 12,4%.
Quando perguntados se os participantes da invasão das sedes dos Poderes devem ser condenados à prisão, 63,2% dos entrevistados responderam que sim, enquanto 24,1% acreditam que não. Outros 13% não souberam avaliar.
A pesquisa da CNT mostra, ainda, que 57% dos estrevistados estão acompanhando os julgamentos das pessoas que participaram dos atos e 42% não estão.
Porte de drogas
Em relação ao porte individual de drogas em pequenas quantidades, 83% creem que não deveria ser liberado e 15% defendem a permissão. Outros 2% não souberam avaliar.
Quanto ao uso de maconha para fins medicinais, no entanto, 66% dos brasileiros acham que deveria ser permitida, enquanto 31% são contrários e 3% não souberam responder.
Fonte: R7