"O Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad), não identificou nenhum boto vivo com alteração comportamental que necessitasse de resgate, mas ficou em alerta próximo à região onde foram encontrados dois novos botos mortos por volta das 2h", informou o instituto.
A mobilização, iniciada no fim de semana, ocorreu após a morte de mais de 100 mamíferos aquáticos, como o boto vermelho e o tucuxi, que viviam no local.No sábado (30), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) enviou equipes de veterinários e servidores do seu Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e da Divisão de Emergência Ambiental para apurar as causas da mortandade extrema desses animais.
Além dos botos, novas equipes de especialistas do Mamirauá foram montadas para analisar a mortandade dos peixes no lago. Nesta quarta-feira (4), chega um especialista em plânctons do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) para estudar o surgimento de uma floração de algas no Lago Tefé. Ele deve avaliar a possibilidade de essas algas estarem liberando algum tipo de toxina na água do lado que teve variação de aquecimento de 29° a 37° ao longo do dia.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, viajou para Manaus a fim de avaliar a situação da estiagem que atinge 58 municípios do Amazonas e definir medidas para mitigação dos impactos da seca. Além do Amazonas, Rondônia e Acre também sofrem com a estiagem, que já afeta cerca de 500 mil pessoas na região.
A viagem ocorre a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de uma cirurgia. Entre as iniciativas que o governo anunciou estão a realização de duas obras de dragagem, uma no Rio Solimões e outra no Rio Madeira, para recuperar a capacidade de navegação de ambos.
A primeira obra terá 8 quilômetros (km) de extensão, com duração de 30 dias e custo de R$ 38 milhões. A segunda, em 12 km, terá duração de 45 dias e custo de R$ 100 milhões.
O governo também estuda a liberação do seguro-defeso aos pescadores pelo período em que foram prejudicados. O Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima anunciou o envio de 191 brigadistas para reforçar a equipe local que trabalha no controle de incêndios.
O Ministério de Minas e Energia disse que uma ação preventiva realizada meses atrás permitiu a estocagem de óleo diesel na região, o que garantirá, pelos próximos 30 dias, o sistema de abastecimento de 169 setores isolados no Amazonas.
Participam da comitiva a Manaus os ministros Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança Climática), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Alexandre Silveira (Minas e Energia), José Mucio Monteiro (Defesa) e a secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiaveli, além de representantes dos ministérios da Saúde, Desenvolvimento Social, Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
Com a seca prolongada, a prefeitura de Manaus decidiu antecipar o fim do ano letivo na rede municipal de ensino de comunidades ribeirinhas, localizadas no Rio Negro. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou ontem (3) que o término, antes previsto para o dia 17, ocorrerá nesta quarta-feira, devido à dificuldade de professores e alunos se deslocarem para as escolas.
Devido ao regime de cheia e vazante dos rios, as escolas do Rio Negro adotaram calendário diferenciado, com as aulas começando em janeiro e terminando em outubro. A adoção de calendário diferenciado é prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
"Nas escolas do Rio Amazonas, que obedecem ao calendário regular da Semed, os alunos entraram em período especial, com aulas remotas. A cada 15 dias, a equipe pedagógica da prefeitura analisará a possibilidade do retorno das atividades presenciais", informou a secretaria.
Em razão da seca que atinge o Amazonas, 23 municípios já decretaram situação de emergência. Dos 62 municípios amazonenses, 35 estão em situação de alerta, dois em atenção e dois em normalidade. Além dos decretos municipais, o governador, Wilson Lima também decretou situação de emergência em 55 municípios do Amazonas afetados pela seca.