O Rio de Janeiro foi escolhido como a primeira cidade de língua portuguesa a receber o título de Capital Mundial do Livro, um reconhecimento concedido anualmente pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Com a decisão, a cidade assumirá o honroso título a partir de 23 de abril de 2025, data em que se celebra o Dia Mundial do Livro. Neste ano, a administração municipal da capital fluminense será encarregado de fomentar a literatura e coordenar o evento. Já em 2024, a Prefeitura do Rio inicia a preparação e as primeiras ações. "Somos a primeira cidade de língua portuguesa a ser escolhida como Capital Mundial do Livro. É uma honra termos sido selecionados pela Unesco. Vamos continuar incentivando a leitura. E teremos dois anos de inéditos programas para valorizar ainda mais leitores. Com certeza, será uma grande contribuição para os cariocas", afirmou o prefeito Eduardo Paes.
Além de ser berço de autores de prestígio nacional e internacional, a Cidade é sede das principais Instituições da Literatura Brasileira, como a Academia Brasileira de Letras (ABL), a Biblioteca Nacional, o Real Gabinete Português de Leitura, a Bienal do Livro, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), e a Festa Literária das Periferias (Flup). "O Rio de Janeiro possui uma vocação histórica para ser a capital da cultura e da literatura. Essa herança cultural foi reconhecida internacionalmente. Nossa candidatura foi selecionada em virtude das iniciativas propostas, como a rede municipal de bibliotecas, ‘Bibliotecas do Amanhã’, e uma série de outras ações que posicionarão o Rio de Janeiro como protagonista da leitura e da cultura brasileira", disse o secretário Municipal de Cultura, Marcelo Calero.
Já na próxima quinta-feira, 5, começam os preparativos para este ano especial. O prefeito Eduardo Paes vai publicar decreto que cria o Comitê responsável pela coordenação das ações ligadas aos eventos da Capital Mundial do Livro na cidade. Sob a liderança da Secretaria Municipal de Cultura, o Comitê contará com a participação de representantes de diversos segmentos. A norma ainda estabelece uma marca temporária para o evento e prevê um concurso entre designers para selecionar a marca definitiva que será o símbolo do evento no Rio no ano de 2025.
A candidatura da cidade para receber este título, incluía um compilado de iniciativas. Dentre as quais, a modernização e requalificação da rede municipal de bibliotecas e salas de leitura, o "Bibliotecas do Amanhã", que terá investimentos de mais de R$ 16 milhões. Além disso, foi proposta a expansão da Bienal do Livro como uma experiência inovadora e de multimídia. O evento também sediará o Primeiro Congresso de Literatura Latino-Americano, proporcionando um espaço de encontro para profissionais do mercado literário.
Outras ações incluem a intervenção literária urbana Book Parade, inspirada na bem-sucedida Cow Parade, em que artistas renomados serão convidados a criarem instalações usando livros como elemento central e fonte de inspiração. Também está prevista uma edição da "Noite dos Livros", inserida no festival Paixão de Ler e inspirada no projeto anual de Madri, que apresentará uma maratona de 24 horas repleta de palestras, competições, apresentações musicais, atividades infantis, workshops de teatro e mesas redondas. O programa "Livro nos Trilhos" espalhará obras literárias em estações de metrô, ônibus e trens, tornando a leitura acessível a públicos diversos.
Para fomentar novos talentos no mercado editorial, será criada a "Academia Editorial Júnior". Essa iniciativa oferecerá treinamento e capacitação a jovens promissores interessados no campo editorial, promovendo a inclusão e criando oportunidades significativas para o crescimento dessa área. Além das iniciativas propostas no dossiê da candidatura, a Prefeitura do Rio vai fomentar outras ações em parceria com a sociedade civil e instituições privadas, estabelecendo um calendário de atividades para os próximos anos.
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