Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, a suspensão ocorre devido à falta de Coronavac, imunizante autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para esse público.
O Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que está em tratativas com o Instituto Butantan para aquisição de mais doses para essa faixa etária.
Essa aquisição, segundo a pasta, leva em conta o ritmo de vacinação desse público e o avanço do número de doses aplicadas, que atualmente está em cerca de 40% no país.
De acordo com os dados da Secretaria Municipal de Saúde, desde 15 de julho, foram imunizados cerca de 46 mil meninos e meninas, o que representa uma cobertura vacinal de 28%. Assim, restam cerca de 116 mil crianças dessa faixa etária que não receberam a primeira dose.
A secretaria, no entanto, garante que a aplicação da segunda dose para quem já recebeu a primeira está garantida com a vacina reservada especificamente para esse fim. O imunizante da Coronavac para essa idade é utilizado com o esquema de duas doses no intervalo de 28 dias.
O secretário Soranz disse que procurou o Ministério da Saúde diversas vezes nos últimos três meses para o envio de novas doses, mas até o momento não recebeu retorno sobre a previsão de entrega.
"Desde o início da campanha, a gente já tinha alertado o Ministério da Saúde que o número de doses enviadas não vacinaria nem 20% do público-alvo de 3 e 4 anos. Como já era previsto, a vacina Coronavac acabou. Há mais de três meses a secretaria oficia o Ministério da Saúde, para receber mais doses e ajustar essa distribuição. Mas infelizmente isso não aconteceu".
Soranz disse que que também solicitou o envio da Pfizer infantil, aprovada há um mês pela Anvisa para crianças de 6 meses a 4 anos. No entanto, o Ministério da Saúde ainda não deu qualquer estimativa de compra ou distribuição desse imunizante.
Desde o início da pandemia, a Covid-19 matou duas crianças menores de 5 anos por dia no Brasil, segundo estudo da Fiocruz. Ao todo, 599 crianças nessa faixa etária morreram por conta da doença em 2020. Em 2021, quando a letalidade da Covid aumentou em toda a população, o número de vítimas infantis saltou para 840.
Poliomielite A situação vacinal relacionada a poliomielite também preocupa a capital fluminense. O secretário apontou que cerca de 140 mil crianças ainda não foram vacinadas contra a doença na cidade do Rio e ressaltou que a vacina está disponível em todas as unidades de saúde do município.
"Nós nunca vivemos uma cobertura tão baixa vacinal para tudo. A cobertura vacinal da pólio está em 55%, é a menor desde a nossa erradicação em 1989. A gente apela novamente para todos os pais e responsáveis levem as crianças até os postos de saúde para colocar em dia a caderneta de vacinação", disse o secretário.