A deputada federal Camila Jara (PT) provocou debate na rede social ao comentar a morte da influenciadora Karol Eller, que morreu na noite de ontem (12). Karol era famosa por defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e era próxima a bolsonaristas do Estado, que lamentaram a morte precoce na internet.
Camila não era próxima, visto que é do PT, mas resolveu dar a opinião sobre a morte de Karol, que desde ontem gera debate na rede social. A deputada contou que já participou da Pastoral da Juventude e da igreja evangélica, onde foi batizada no Espirito Santo. Entretanto, afirma que se afastou com o passar do tempo, se tornando uma "Cristã desviada" para se preservar e preservar o que acredita serem os ensinamentos de Jesus Cristo.
"Enquanto a igreja está se aproximando cada vez mais do fundamentalismo religioso e está preocupada em fazer pessoas como elas acreditarem que são doentes, ao invés de pregarem ensinamentos de Cristo de combate à pobreza, de lutar por um mundo mais justo, eu prefiro que as coisas continuem como estão", iniciou.
Na avaliação de Camila, a morte de Karol seria exemplo de que as coisas estão erradas: "A gente está no caminho errado quando tentamos convencer as pessoas que elas estão tão doentes, ao ponto de se matar por serem simplesmente como elas são. Nosso papel nestas situações é amar, acolher incondicionalmente e não julgar. Foi assim que Jesus Cristo fez com Maria Madalena, Pedro e até com Judas que traiu ele", comentou.
A deputada pediu que a morte da influenciadora seja usado como exemplo para evitar a morte de outros jovens. "Que esse fique como principal ensinamento para que a gente evite cenas como essa e se lembre sempre que no nosso país e mundo tem milhares de jovens sofrendo por o mundo pregar que sua orientação sexual é pecado e é errado. Vamos parar de tacar pedra e julgar menos e acolher mais, como Cristo fez", opinou.
A fala de Camila gerou embate na rede social, com pessoas contra e a favor da declaração. O deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) foi um dos contrários à fala. "A igreja salva vidas, não tira. Usar o caixão de uma pessoa como palanque progressista é bem a cara da esquerda mesmo", rebateu.
A advogada Giselle Marques, candidata do PT ao Governo do Estado na eleição passada, apoiou a colega de partido, afirmando que pensa igual. "Muito bom. Como Cristã, me sinto exatamente como você, Camila", postou.
Danilo Assis, coordenador do movimento EndireitaMS e colega de Karol, também criticou a fala da deputada. "Nunca pensei que você seria baixa a esse ponto. Uma pessoa que se diz Cristã fazer esse tipo de ataque à igreja. Você conheceu a Karol? Nós, sim. Nós a acolhemos, nós ficamos ao lado dela quando a imprensa, a esquerda nojenta e seus amiguinhos atacavam pelo simples fato de ser de direita. Para você e os canalhas que te cercam, o homossexual só serve como massa de manobra. Aliás, você nem sabia quem era a Karol até ela falecer. Usando a morte dela como palanque político. Camila, está seguindo bem os passos de Lula", postou.
Alguns seguidores criticaram a fala e até ameaçaram deixar de seguir, mas muitos concordaram, afirmando que os conflitos no mundo estão relacionados "à religião e fanatismo, que não é diferente no Brasil".
A polícia investiga a morte de Karol, que teria caído do quinto andar de um prédio. Ontem, após anúncio da morte em jornais, muitas pessoas seguiam o comentário de Camila, pontuando que Karol havia se convertido há 10 dias. Outros rebatiam, afirmando que ela sofria de depressão muito antes de frequentar a igreja.