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Polícia

Polícia Civil diz que laudo de frentista que teria sido estuprada por PM não apontou lesões, mas que outras provas comprovam a denúncia

Israel Giron Arguelho Carvalho foi preso em agosto, mas respondia o processo em liberdade desde setembro.


Israel Giron Arguelho Carvalho foi preso em agosto, mas respondia o processo em liberdade desde setembro. O policial negava a autoria do crime e foi encontrado morto em casa nesta terça-feira, em Campo Grande. Delegacia-Geral da Polícia Civil (DGPC) diz que provas comprovam a denúncia

Reprodução

A Delegacia-Geral da Polícia Civil (DGPC) de Mato Grosso do Sul investiga o caso do policial militar, Israel Giron Arguelho Carvalho, de 30 anos, que foi preso suspeito de sequestrar e estuprar uma frentista, em Campo Grande. O PM foi encontrado morto nesta terça-feira (17). Em nota, a DGPC diz o laudo do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) não confirmou que houve agressão sexual, contudo, outras provas comprovam a veracidade da denúncia. (Veja a nota na íntegra abaixo)

O g1 teve acesso ao laudo, que diz que a vítima apresentava "ruptura himenal antiga, sem vestígio de lesão traumática recente e ato libidinoso diverso da conjunção carnal". Entretanto, a DGPC afirma que foi identificado "na calcinha da vítima e na roupa foram coletados sêmen, que foram confrontados com o material do suspeito e os exames atestaram ser da mesma pessoa".

O documento diz ainda que foram apreendidas imagens de câmeras de segurança, que atestaram que o suspeito esteve nos locais indicados pela vítima. "No carro do suspeito foi encontrado o relógio da vítima, que em todos os depoimentos prestados manteve a versão inicial, não apresentando qualquer controvérsia em relação às versões anteriores", diz a nota.

A Delegacia-Geral da Polícia Civil informou que o inquérito policial foi concluído, oferecido ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul e recebido pelo Poder Judiciário. "Os fatos foram devidamente apurados, tendo o Inquérito Policial sido finalizado com mais de 300 páginas, contendo vasto material probatório, sendo relatado em 07/09/2023 e encaminhado ao Poder Judiciário".

O PM, que sempre negou a autoria do crime, foi encontrado morto nesta terça-feira (17), na casa em que morava na capital. A advogada de Israel, Alana Oliveira Mattos Boiko de Figueiredo, disse que ele estava afastado da função e fazia acompanhamento psicológico.

Israel Giron Arguelho Carvalho está no presídio militar de Campo Grande

Divulgação

Israel era soldado do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o esquadrão de elite da Polícia Militar, mas foi afastado durante as investigações. O velório será no Cemitério Memorial Park, na Rua Franscisco dos Anjos, a partir das 13h.

O que diz a Polícia Civil?

A Polícia Civil lamenta profundamente a morte do policial militar I.G.A.C., de 32 anos, e nos solidarizamos com a família e amigos neste momento de dor.

Quanto aos questionamentos levantados sobre as investigações feitas pela 1ª DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), no caso em que apura o crime de estupro praticado, em tese, pelo policial militar contra uma mulher de 24 anos em Campo Grande-MS, no dia 08/08/2023, informa que os fatos foram devidamente apurados, tendo o Inquérito Policial sido finalizado com mais de 300 páginas, contendo vasto material probatório, sendo relatado em 07/09/2023 e encaminhado ao Poder Judiciário.

O trabalho investigativo teve início logo após o registro do Boletim de Ocorrência. Pela placa do veículo verificou-se que o carro estava alugado para I.G.A.C. e, posteriormente, constatou-se que se tratava de um policial militar, que nas folgas trabalhava como motorista de aplicativo. Em consulta aos sistemas policiais, verificou-se o trajeto feito pelo carro, além de terem sido apreendidas imagens de câmeras de segurança, que atestaram que o suspeito esteve nos locais indicados pela vítima.

Foram ouvidas testemunhas, apreendido o celular da vítima e diante do material colhido, no dia 10/08/2023 representou-se pela busca no veículo e pela prisão, que foram concedidas pelo Poder Judiciária no mesmo dia, diante da materialidade e da justa causa do crime comprovada por inúmeras provas nos autos. Tanto o mandado de busca quanto o de prisão foram cumpridos no dia 11/08/2023, e em seguida ele foi encaminhado ao presídio militar. No carro do suspeito foi encontrado o relógio da vítima, que em todos os depoimentos prestados manteve a versão inicial, não apresentando qualquer controvérsia em relação às versões anteriores. De acordo com a vítima, ela não conhecia e não tinha qualquer envolvimento com o suspeito e que foi obrigada a manter relação sexual com ele mediante ameaça, não havendo violência física, mas coação, por apresentação de arma de fogo, do tipo pistola.

Além disso, na calcinha da vítima e na roupa dela foram coletados sêmen, que foram confrontados com o material do suspeito e os exames atestaram ser da mesma pessoa, no caso, ou seja, produzidos por I.G.A.C. Os dois celulares do suspeito também foram apreendidos.

A vítima passou por exame de corpo de delito, que constatou que houve conjunção carnal (penetração), sem a utilização de preservativo, o que possibilitou a coleta do material genético. Não houve dilaceração (lesão) na vagina da vítima porque ela não sofreu agressão física e também não era mais virgem.

Ressaltamos que todo o procedimento de Polícia Judiciária foi realizado com profissionalismo, isenção e idoneidade, com o único objetivo de apurar rigorosamente os fatos, para não cometer nenhum tipo de injustiça com quem quer que fosse. Salientamos ainda que em nenhum momento a Polícia Civil teve a intenção de expor o policial, macular sua carreira ou causar qualquer dano à sua vida.

Relembre o caso

Em 8 de agosto deste ano, uma frentista, de 24 anos, procurou a polícia e relatou que foi sequestrada, estuprada e ameaçada de morte quando voltava para casa após o trabalho. O crime teria acontecido no bairro Jardim Noroeste, em Campo Grande, próximo a BR-163.

Para a polícia, a vítima relatou que o homem a obrigou entrar no carro, a levou até um lugar desconhecido e a estuprou. Ainda em depoimento, a mulher descreveu que foi ameaçada de morte o tempo todo pelo suspeito, que manteve a arma em sua cabeça.

Depois do crime, a mulher diz que foi abandonada no local e o suspeito fugiu. Ainda conforme o boletim de ocorrência, a frentista conseguiu anotar a placa do veículo do suspeito e ligou para o chefe do posto de gasolina, que acionou a polícia.

O caso foi registrado na Delegacia de Atendimento às Mulheres (Deam) na capital. Cinco dias depois do possível crime, Israel foi preso. O policial, que sempre negou a autoria do crime, permaneceu em cárcere até setembro, quando conseguiu liberdade.

Devido a prisão, Israel foi afastado do batalhão por "inconveniência de permanência" e posto à disposição do comando geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.

Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
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