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Com compromisso de proteger 35 mil hectares de vegetação nativa em MS, Bracell quer ampliar áreas conservadas e prazo de compromisso

Dados foram apresentados pela empresa no seminário "Bracell 2030: Construção de um Legado para um Futuro Sustentável", promovido em São Paulo, nesta terça-feira (31).


Dados foram apresentados pela empresa no seminário "Bracell 2030: Construção de um Legado para um Futuro Sustentável", promovido em São Paulo, nesta terça-feira (31). Painel durante o seminário "Bracell 2030: Construção de um Legado para um Futuro Sustentável"

Bracell/Divulgação

A Bracell, companhia de produção de celulose solúvel do grupo RGE, que tem operações florestais em nove municípios de Mato Grosso do Sul já tem parceria firmada com o governo do estado e alguns municípios para a proteção de 35 mil hectares de florestas nativas em áreas públicas. O número foi revelado pelo vice-presidente de Sustentabilidade e Comunicação da companhia, Márcio Nappo, durante o seminário "Bracell 2030: Construção de um Legado para um Futuro Sustentável", promovido em São Paulo, nesta terça-feira (31).

Entre as áreas protegidas estão os parques estadual do Prosa e Matas do Segredo, em Campo Grande; das Nascentes do Rio Taquari, no norte do estado; natural municipal do Pombo (na divisa dos municípios de Três Lagoas e Água Clara) e municipal das Capivaras. A proteção dessas áreas faz parte do chamado "Compromisso Um Para Um" da empresa, uma iniciativa inédita no setor e que estabelece a meta de proteger, conservar ou restaurar 1 hectare de floresta nativa para cada 1 hectare plantado com eucalipto.

Márcio Nappo diz que em Mato Grosso do Sul, assim como nos outros estados em que a empresa atua, Bahia e São Paulo, o objetivo é atingir 100% da meta do compromisso até 2025. No ano passado, a companhia chegou a 82% da meta e vai fechar esse ano com 105 mil hectares de matas nativas públicas protegidas.

"Em Mato Grosso do Sul onde começamos a operar em 2022 essa área vai crescer muito nos próximos anos", apontou o vice-presidente da companhia, revelando que objetivo da empresa também é firmar parcerias de longo prazo, por um período de 10 anos, com o poder público para fazer esse trabalho de preservação e proteção ambiental, nos moldes do acordo estabelecido recentemente com o governo de São Paulo. "Já estamos conversando com o governo de Mato Grosso do Sul nesse sentido e fazendo alguns ajustes", revelou.

O compromisso "Um para Um" é uma das ferramentas que a empresa vai utilizar para cumprir sua agenda estratégica de sustentabilidade para 2030. O plano também foi lançado durante o evento. Para o presidente da Bracell, Praveen Singhavi, os negócios e a sustentabilidade são "duas faces da mesma moeda" e, por isso, a companhia investe continuamente em tecnologias de ponta para promover melhor eficiência operacional no uso dos recursos naturais e redução de emissões de GEE em suas operações industriais e florestais.

"Florestas, água, solo e clima estão intrinsecamente ligados ao nosso negócio. Ao considerar isto e colocar as pessoas e as comunidades no centro de tudo o que fazemos, podemos desempenhar o nosso papel na transição para um mundo mais inclusivo e sustentável", apontou.

A agenda 2030, conforme a Bracell, vai ao encontro com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estipulados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entre as principais metas estão: reduzir em 75% as emissões de carbono por tonelada de produto, remover 25 MtCO2e da atmosfera entre 2020 e 2030, substituição de toda a frota de transporte de celulose por caminhões elétricos para reduzir ainda mais a pegada de carbono, uso de painéis solares na cobertura da fábrica de papel tissue e nos novos viveiros de mudas, conservação de 230 mil hectares de matas nativas, proteção de espécies endêmicas e ameaçadas, redução de 47% no consumo de água por tonelada de celulose produzida, diminuição de 90% de resíduos sólidos industriais destinados ao aterro por tonelada de produção; recuperação de 97% dos produtos químicos utilizados na operação industrial, transformação das fábricas de celulose para que operam com 100% de energia de fontes renováveis e, em parceria com a Veolia, construir uma fábrica de fertilizantes utilizando resíduos do processamento da celulose como matéria-prima.

Na área social, uma das metas de destaque é a de promover o empreendedorismo feminino nas comunidades, de modo que pelo menos 60% dos projetos sociais apoiados pela empresa sejam liderados por mulheres.

Em Mato Grosso do Sul a empresa já tem algumas ações dessa área sendo desenvolvidas. Um exemplo é o da microempresária Doane Fabrina Meire Padilha, de Água Clara. Costureira e modista, ela participa do projeto Dona Delas, de empoderamento feminino, que conta ainda com a parceria do Sebrae/MS e da prefeitura.

Microempresária Doane Fabrina Meire Padilha, de Água Clara

Geliel Oliveira/Agroa

Por meio da iniciativa, Doane recebe uniformes usados de colaboradores da Bracell e transforma o que seria um resíduo, em necessaires, que depois são vendidas para a própria empresa. Além da geração de renda para a empreendedora, representa também uma destinação sustentável para as peças de vestuário.

"Esse projeto é recomeço para mim. Eu já estava quase parando e agora sou fornecedora da empresa. É um projeto lindo", comenta a microempresária, completando que cerca de 50 mulheres participam da iniciativa no município, atuando com diferentes atividades, e que o grupo já está pensando em criar uma entidade para fortalecê-las ainda mais.

Outro projeto apoiado pela empresa é o Programa Rural Sustentável. Promovido em parceria com Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), visa possibilitar que associações de agricultores familiares, de assentados e de pequenos produtores, possam implementar tecnologias de baixa emissão de carbono no campo, por meio da recuperação de áreas degradadas e implantação de sistemas integrados de produção.

Cássia Regina Santos Silva, diretora da associação que reúne produtores do assentamento PAN, em Nova Alvorada do Sul, diz que a expectativa é grande com o projeto. "Estamos empolgados. Neste mês de novembro será realizada uma oficina onde a comunidade apontará quais são os seus interesses e prioridades. Tem muitas mulheres que não têm renda alguma e outras que produzem e vendem, mas que não sabem que isso é empreendedorismo. Precisamos de capacitação para essas mulheres e incentivo para elas. Mostrar que elas podem fazer mais. O projeto vem nesse sentido", conta.

Marília Beatriz de Castro Ramos, do IABS, e a produtora rural Cássia Regina Santos Silva

Anderson Viegas/g1 MS

Segundo a diretora técnica do IABS, Marília Beatriz de Castro Ramos, são 509 produtores que estão sendo atendidos nos municípios de Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Bataguassu e Santa Rita do Pardo. "A expectativa é começar a executar esses recursos a partir de dezembro para que no próximo ano já possamos medir os resultados, como aumento da produção e de renda dessas mulheres".

Painel

Mediado pela jornalista Christiane Pelajo, o evento também contou com um painel de debate sobre como as empresas do setor podem avançar ainda mais na agenda de sustentabilidade e gerar impacto positivo para o país e a sociedade. Dentre os painelistas estavam: Paulo Hartung, economista, ex-governador do Espírito Santo e presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá); Liv Costa, diretora de Gestão Corporativa da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb); Mauricio Voivodic, presidente da WWF-Brasil; e Luiz Dutra, vice-presidente de Assuntos Corporativos da Bracell.

Mauricio Voivodic, presidente da WWF-Brasil, destacou que o setor florestal está muito avançado nas discussões relativas à preservação ambiental. "É preciso reconhecer que o setor florestal, no que se refere as mudanças climáticas, está muito avançado em relação a outros setores, já que vem de décadas investindo como na implementação do Código Florestal. É um setor que está muito a frente e tem uma grande contribuição a fazer ainda".

"Historicamente, as empresas reportam suas iniciativas aos seus acionistas. Mas as empresas modernas, sabem a importância de se reportar a sociedade. (...) O setor de celulose é um ponto fora da curva no Brasil do ponto de vista da geração de valor agregado. Ele planta, colhe, replanta e conserva", apontou Paulo Hartung.

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