Com extensão de 527 km, o Rio Negro, um dos afluentes do Rio Paraguai no Pantanal, está com 19 trechos de nascentes secando, segundo levantamento do IHP (Instituto Homem Pantaneiro). Biólogos do instituto verificam a área desde março do ano passado e dados de geoprocessamento identificaram inicialmente trechos comprometidos e então, foi feita visita in loco.
Um dos envolvidos é o biólogo Uener Hugo. Ele afirma que esse tipo de problema decorre do mau uso do solo, principalmente através do desmatamento, realizado para abertura de lavouras de soja ou para implantação de pasto para o gado. Muitas vezes, o desmate ocorre inclusive em áreas proibidas, como em APPs (Áreas de Proteção Permanentes).
"Primeiro nós identificamos as áreas por geoprocessamento e então fizemos o trabalho de campo, confirmando que as nascentes estavam mesmo secando e muitas áreas com assoreamento", destacou. Segundo ele, áreas antes plenamente navegáveis já apresentam redução do leito e dificuldade para a passagem de embarcações. "Tem áreas com apenas um metro, 50 cm de água".
Um dos maiores problemas que a situação pode causar é a redução do volume de água e, consequentemente, o desabastecimento dos demais rios que fazem parte da bacia, como do Peixe, Negrinho, Criminoso e Taboco. "A cachoeira do Rio do Peixe, com 470 metros, já está secando também e é um dos pontos turísticos mais visitados", analisou o biólogo.
Os detalhamentos do levantamento feito pelo IHP saem até o fim de novembro, quando o panorama geral do problema será apresentado, bem como as possíveis medidas de mitigação.
Fonte: CGN/ML