Em relação ao Tysabri, a Biogen Brasil, que detém o registro da medicação, afirmou que o lote FF00336, válido até 01/2026, foi produzido apenas para fins institucionais, e não comerciais.
O lote referido possui características divergentes das constantes no medicamento original -erros de ortografia do endereço da empresa responsável pela importação e distribuição do produto no país,
diferença na cor da faixa laranja e azul da embalagem, formatação das letras e ausência da inscrição em braile.
Quanto ao Ozempic, a farmacêutica Novo Nordisk não reconhece o lote LP6F832 -válido até 11/2025- como original, tratando-se assim de falsificação.
O primeiro registro de fraude do medicamento ocorreu em junho. Na época, a agência reportou que foi alertada pela fabricante sobre a identificação de unidades falsificadas no mercado.
Segundo a farmacêutica, unidades do lote MP5C960 apresentavam em suas embalagens uma concentração diferente da original. O idioma (espanhol) também não condizia com o do lote verdadeiro.
O caso foi compartilhado como um alerta às agências sanitárias internacionais e, em agosto, o México reportou falsificações com o mesmo lote.
As resoluções que determinam a apreensão e proibição de comercialização, distribuição e uso do Ozempic e do Tysabri foram publicadas no Diário Oficial da União.
O QUE FAZER
Quem identificar unidades de medicamentos com suspeita de falsificação deve entrar em contato com as empresas detentoras do registro dos produtos para verificar a autenticidade. Nunca use a medicação.
Também é recomendado comunicar o fato à Anvisa, pelo sistema Notivisa (no caso de profissional de saúde) ou por meio do sistema da Ouvidoria, utilizando a plataforma FalaBR (válido para pacientes).
Conforme orientação da agência, não use sites e canais não licenciados pela Anvisa para comercialização de medicamentos. Suspeite se a caixa apresentar informações em outro idioma e dados diferentes dos encontrados na embalagem.
Por fim, desconfie se o valor for muito diferente daquele presente na lista de preços da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos). A relação é divulgada no site da Anvisa e atualizada mensalmente.
Segundo Luciana Canetto, vice-presidente do CRF (Conselho Regional de Farmácia) de SP, medicamentos para emagrecer, tratar câncer e disfunção erétil, por exemplo, estão entre os maiores alvos de falsificação devido ao alto preço e grande procura.
CUIDADOS AO COMPRAR MEDICAMENTOS
O CRF orienta que os remédios sejam adquiridos em locais autorizados, como farmácias, drogarias, distribuidores e fabricantes do setor, e não de atravessadores.
"Precisa ter licença sanitária, autorização de funcionamento da Anvisa e certidão de regularidade, que é um documento emitido pelo Conselho Regional de Farmácia", afirma Canetto.
"Verifique sempre a embalagem. Nem sempre a falsificação é bem feita. Muitas vezes contém rasuras no lote ou o lote está um pouco apagado, a validade meio alterada. Verifique se o número do lote da embalagem interna, que é do blister, corresponde ao número do lote e validade da caixa externa, porque às vezes a falsificação não consegue trabalhar com as duas embalagens de forma coerente", acrescenta a vice-presidente do órgão.
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