A ação tem abrangência Nacional e já percorreu este ano diversos municípios brasileiros, ao longo do ano, suscitando os debates em prol da superação das adversidades para a melhor utilização da Navegação Interior para o transporte de mercadorias e passageiros e o aumento da participação do Modal na Matriz de Transportes Brasileira.
Também participaram do evento o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Hélio Peluffo Filho, o assessor especial de Logística da Semadesc, Lúcio Lagemann e o coordenador do MS Mineral Eduardo Pereira.
Durante o evento ele afirmou que o Governo do Estado deverá licitar entre dezembro e janeiro a concessão do terminal hidroviário de Porto Murtinho. “Em janeiro nós vamos a B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) fazer a concessão de um porto público em Porto Murtinho. O terminal está parado e por isso vamos achar interessados no investimento”, citou Verruck.
Ele elencou os desafios de aumentar a capacidade de uso múltiplo da hidrovia. “Temos desafios que vão da liberação da licença por parte do Ibama para fazer a dragagem do rio até mesmo de certificação fitossanitária internacional. Além disso temos necessidade de ter mais portos e para isto já estamos trabalhando”, explicou.
Outro ponto enfatizado pelo secretário Jaime Verruck é a navegabilidade na Hidrovia do Rio Paraguai, que depende de ações de dragagem pelo governo federal, pois é uma situação emergencial. "O Novo PAC prevê R$ 95 milhões para custear a dragagem de três trechos do Rio Paraguai, entre Corumbá e Porto Murtinho, mas esse trabalho deve ser concentrado no Tramo Norte do Rio e precisamos também no Tramo Sul", comenta.
Apoio do setor privado
O secretário destacou a importância de ajuda do investimento privado. “Em Porto Murtinho contamos com um porto que faz a movimentação e soja e conta com um estacionamento para 400 caminhões. Isso dá todo o suporte para as operações e mostra que para que possa ser viável é preciso ser um bolsão de coordenação. Precisamos ter um conjunto de investimentos extras hidrovia para que a gente possa ter a divisão, senão estes terminais não terão acesso”, pontuou.
A questão das águas e do meio ambiente foi citado pelo secretário como outro grande desafio. “Sabemos da grande sazonalidade da hidrovia em relação a navegabilidade. Temos além do fluxo de movimentação de cargas a questão do turismo de pesca que sai de Corumbá rumo ao Mato Grosso. Todo este setor depende do Rio Paraguai e este movimento econômico local precisa de uma operação hidroviária segura e de qualidade”, afirmou.
O secretário lembrou que o Plano Geral de Outorgas Hidroviário foi aprovado no final do mês passado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Eles anunciaram a abertura de chamamento público voltado ao recebimento de estudos para o Rio Paraguai.
O plano hidroviário tem como principal objetivo aumentar a competitividade e o desenvolvimento do Brasil. O documento aprovado estabelece que a exploração das vias navegáveis ou potencialmente navegáveis será feita por meio de concessão ou por meio de licitação.
“O Governo do Estado continua sua estratégia da hidrovia olhando para a intermodalidade. A meta do Governo é pegar estes grandes eixos (rodovia, ferrovia e hidrovia) e melhorar as conexões. Para isto terá investimentos de mais de R$ 9 bilhões nos próximos anos. Temos que encarar de frente que não teremos uma solução perfeita a curto prazo na hidrovia, mas vamos fazer a dragagem e a sinalização, trabalhar a melhoria do Tramo norte iniciar o Tramo sul e ter conversa mais próxima com o Governo do Paraguai e da Bolívia”, sinalizou.
Os países vizinhos têm na hidrovia também seu grande canal de exportação. “O Governo de MS tem posição clara, que a hidrovia é um modal importante não só para o desenvolvimento do MS, mas para a Bolívia e Paraguai e são dois países fundamentais para fazer a coordenação internacional da hidrovia Paraguai-Paraná”, finalizou.