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Eleito governador do MS

Eduardo Riedel eleito governador de Mato Grosso do Sul


Computados os votos de todas as seções eleitorais instaladas nos 79 municípios do Estado, o ex-secretário de estado de Obras, Eduardo Riedel (PSDB), foi eleito governador de Mato Grosso do Sul.

Sua eleição representa a vitória do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) que quebra uma tradição que vinha desde 1986, única eleição na história de Mato Grosso do Sul que o governador no exercício do cargo conseguiu eleger o sucessor. Na eleição de 1986, o então governador Ramez Tebet (PMDB) elegeu Marcelo Miranda Soares (PMDB) como seu sucessor.

Ele foi eleito com pouco mais de 800 mil votos, equivalente a quase 57% dos votos válidos, enquanto seu oponente, deputado estadual Capitão Contar (PRTB) obteve cerca de 610 mil de votos que totalizaram pouco mais de 43% dos votos válidos.

A confirmação da eleição de Eduardo Riedel foi dada pela TV Morena às 17h15, quando ainda faltavam quase 10% das urnas a serem totalizadas. Naquele momento, Riedel estava com mais de 740 mil votos e já não poderia ser mais alcançado pelo adversário que tinha pouco mais de 570 mil votos.

O percentual de votação dos candidatos representou o acerto da previsão de praticamente todos os institutos de pesquisas que erraram no primeiro turno e o erro por parte do único instituto que acertou o resultado no primeiro turno. Curiosamente, a vantagem dada pelo instituto que acertou o resultado no primeiro turno a favor do candidato contar foi exatamente a vantagem de Riedel sobre ele.

Assim que houver a totalização de 100% das urnas e o TRE/MS confirmar os números finais a matéria será atualizada.

PRIMEIRA ELEIÇÃO – Riedel pela primeira vez concorreu a um cargo eletivo e teve uma disputa muito acirrada no segundo turno contra Contar, revertendo a desvantagem em relação ao turno inicial, em que terminou na segunda posição.

Ele foi secretário de Governo e de Infraestrutura do atual governador, Reinaldo Azambuja, que conseguiu eleger o sucessor, escolhido apesar de ser considerado um ilustre desconhecido para a maioria da população.

Àquela época, a decisão custou a Azambuja o apoio da ex-vice-governadora e deputada federal Rose Modesto, que, sem conseguir espaço no ninho tucano, migrou para o União Brasil e concorreu ao governo estadual.

No PSDB há 19 anos, Riedel é um empresário que faz parte do agronegócio, setor que deu a ele muitos apoios na campanha eleitoral. Chegou à vice-presidência da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) e presidiu a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).

Teve como cabo eleitoral importante em toda a sua campanha um nome justamente do setor, a senadora eleita Tereza Cristina (PP), ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, que recebeu 60,85% dos votos válidos no Estado.

Também foi apoiado por Simone Tebet (MDB), terceira colocada na disputa à Presidência da República e que é sul-mato-grossense.

A campanha de Riedel explorou na campanha o fato de ele ser desconhecido do cenário eleitoral. O candidato se apresentava ao eleitor nas ruas e brincava com o fato de muitos desconhecerem a pronúncia do nome (lê-se "Rídel").

Para justificar, dizia que não buscou holofotes enquanto ocupou secretarias e que esteve ocupado trabalhando por Mato Grosso do Sul.

Ainda no primeiro turno, a disputa ao governo de Mato Grosso do Sul foi redesenhada a partir do debate da TV Globo, no dia 29 de setembro. Provocado pela candidata à presidência Soraya Thronicke (União Brasil), Bolsonaro acabou declarando apoio a Contar no Estado.

Esse fator foi determinante para que o Contar fosse ao segundo turno, deixando para trás figuras políticas conhecidas como o ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli (MDB) e o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD).

Contar avançou ao segundo turno com 26,71% dos votos válidos, enquanto o governador eleito recebeu 25,16%. Puccinelli ficou com 17,18%, na terceira colocação, e Trad obteve 8,68% dos votos válidos, na sexta posição.

A diferença entre os dois candidatos, em números absolutos, foi de 22.294 votos. Enquanto Riedel recebeu 361.981 votos, Contar avançou com 384.275.

Coube à ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina o trabalho de minimizar os danos da fala de Bolsonaro, já que o PL está na coligação de Riedel. Dias depois, Bolsonaro gravou um vídeo em que se dizia neutro na disputa sul-mato-grossense, justamente por ter o apoio dos dois concorrentes.

O vídeo do debate, porém, foi arma recorrente de Contar, que o utilizou à exaustão em sua campanha. A coligação de Riedel entrou na Justiça Eleitoral contra a estratégia, alegando que induzia o eleitor ao erro.

A decisão judicial foi de que a fala de Bolsonaro poderia ser usada, desde que contextualizada e explicando a neutralidade posterior do candidato.

Outra estratégia do concorrente foi associar o nome de Riedel ao atual governador, Reinaldo Azambuja, alegando que ele não representava renovação por ter sido secretário durante a gestão tucana.

Também fazia alusão a investigações que envolveram o nome de Azambuja, como forma de ligar o candidato a esses casos.

No contra-ataque, a campanha de Riedel evidenciava a falta de experiência administrativa do concorrente. Militar reformado, Contar foi eleito deputado estadual em 2018 e, até então, não tinha ocupado nenhum cargo no Legislativo ou no Executivo.

O tucano também se aproveitou das ausências do concorrente nos debates na reta final. Dizia que Contar desrespeitava o eleitor e tinha medo do embate, aproveitando o espaço para se vender como gestor experiente.

DESAFIOS

Agora, quando assumir o Governo de Mato Grosso do Sul, no próximo dia 1º de janeiro, Riedel terá desafios como combater as queimadas no Pantanal e preservar o bioma —que em 2020 teve recorde de incêndios— e desenvolver a logística no estado, essencial para o escoamento da produção agrícola.

Politicamente, o futuro governador terá de contribuir para evitar que o PSDB encolha ainda mais no cenário nacional.

Os tucanos elegeram somente 13 deputados federais no último dia 2, o que fará com que a sigla passe a ter a partir de 2023 o tamanho de legendas menores no Congresso, e somente quatro candidatos do partido disputaram o segundo turno das eleições para governadores —os outros foram no Rio Grande do Sul, Pernambuco e Paraíba.

Além disso, o partido perdeu a hegemonia de quase 30 anos governando São Paulo, já que Rodrigo Garcia não avançou sequer ao segundo turno.

O candidato liderava a Coligação Trabalhando por um Novo Futuro, que reuniu, além de PSDB, outros seis partidos (Cidadania, Republicanos, PP, PSB, PL e PDT). O vice-governador eleito é o atual deputado estadual Barbosinha (PP). (Com informações da Folha de S. Paulo).

Foto: Campo Grande News

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