A posse da senadora Soraya Thronicke na presidência do Podemos em Mato Grosso do Sul não agradou parte dos filiados, que podem sair do partido caso a mudança se confirme.
Soraya deve assumir a presidência do Podemos em cerimônia no próximo dia 30 de novembro, com participação da presidente nacional do partido, Renata Abreu. A posse foi confirmada pela assessoria da senadora, mas um grupo ligado ao atual presidente, Sergio Murilo, não aceita a troca e ameaça deixar a sigla.
Procurado pela reportagem, Sergio Murilo confirmou a troca e a insatisfação, alegando que dificilmente continuará no partido. “Muito difícil, mas não vou precipitar. Assim que a senadora Soraya agende nossa conversa política, decidiremos junto com o grupo”.
Sergio Murilo acredita que boa parte dos 12 mil filiados podem sair junto com ele. Indagado sobre os motivos da insatisfação, foi direto: “O histórico da senadora e a aproximação com o PSDB, que não permite as candidaturas de oposição nos municípios do interior do Estado”.
Esta não é a primeira vez que Soraya enfrenta resistência em um partido. Quando o PSL se uniu ao DEM, a então deputada federal, Tereza Cristina, se mudou para o PP, levando boa parte dos filiados ao recém-criado União Brasil.
Soraya ficou por um tempo à frente do partido e se candidatou à presidência da República, contra o ex-aliado, Jair Bolsonaro. No Estado, trouxe Rose Modesto para o partido, como candidata ao governo. Pouco tempo depois, disputaram o comando do União, com eleição levada para esfera judicial. Soraya acabou deixando o União e Rose assumiu o comando do partido.