De acordo com a prefeitura, pelo menos 80 famílias foram afetadas diretamente pelo incêndio que atingiu a comunidade na quinta-feira (17). SAS distribuiu alimentos na favela nesta sexta-feira.
Osvaldo Nóbrega
Força-tarefa formada pela prefeitura de Campo Grande (MS), com apoio militar do Exército, montou um acampamento provisório nesta sexta-feira (17) para abrigar moradores na favela do Mandela. Na quinta-feira (16), incêndio de grandes proporções atingiu o local, no bairro Coronel Antonino, e destruiu a maioria dos barracos. Pelo menos 80 famílias foram afetadas diretamente pelo fogo.
A prefeita Adriane Lopes (PP) esteve na comunidade na tarde desta sexta-feira (17) e relatou que a Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (AMHASF) está procurando áreas na região para fazer um novo loteamento, além de retomarem os cadastros. Cerca de 100 famílias já estão com o cadastro atualizado e outras 87 ainda precisam finalizar o processo.
"Não é tão simples definir uma área, porque são áreas públicas, tem que estar juridicamente pronta, desafetada e fazer o loteamento. Isso não acontece da noite para o dia, nós estamos com equipes trabalhando em plantão de fim de semana, buscando a resolutividade dessa pauta até semana que vem. Tem que ter escola, unidade de saúde, Cras (Centro de Referência de Assistência Social). Não tem como as famílias permanecerem aqui", apontou.
O fogo começou por volta das 11h, aos fundos da comunidade que fica na região do Norte da capital. De acordo com moradores, o Corpo de Bombeiros chegou por volta às 11h40, com apenas dois caminhões pipa para apagar o fogo. Depois de vários minutos, outras equipes foram ao local.
Incêndios destroem barracos de favela, em Campo Grande.
Débora Ricalde/g1 MS
Servidores da Secretaria de Assistência Social (SAS) do município também atenderam os moradores que perderam os documentos no incêndio e a equipe do programa Mais Social auxiliou nos pedidos de segunda via dos cartões.
"A maioria deles perdeu todos os documentos pessoais, inclusive o cartão do Mais Social, é o cartão do benefício social do governo do estado utilizado para fazer as compras do mês. Então, produto de limpeza, higiene, alimentação e gás. Por isso que nós estamos aqui hoje nessa força tarefa pra pedir essa segundas vias pra que essas famílias não sofram mas o que elas já estão sofrendo", explicou a coordenadora Mais Social, Juliana Paracampos.
Três abrigos em escolas e centros de referência de assistência social foram disponibilizados para atender os prejudicados, mas muitos moradores não quiseram sair da comunidade. Por isso, ficarão temporariamente nas barracas montadas por militares do Exército.
Prefeitura também instalou postes de iluminação no local.
Alysson Maruyama
Entre as pessoas que decidiram permanecer no Mandela, estão as famílias das atendentes de telemarketing, Rafaela Gabriela Silva e Hanna Carolina Rodrigues, que dividem uma barraca. As casas delas não foram atingidas pelo fogo, mas foram condenadas pela Defesa Civil.
"A minha está em cima do morro e está caindo, aí pediram pra gente se retirar de lá porque eles vão passar patrola em cima. Eles vão desmontar, passar por cima de tudo, porque está em risco. E a gente preza pela vida de nossos filhos né", disse Rafaela.
"Eu espero que eles possam cumprir o que eles estão falando. Eu espero que isso aqui seja provisório, temporário, porque nós não temos condições de ficar aqui. É um calor, nós não temos mesmo", reforçou Hanna.
Incêndio destrói barracos na comunidade do Mandela em Campo Grande
A diretora Adriana Nascimento relatou ainda que a SAS está organizando as doações e orienta o que é mais necessário no momento: produtos de higiene, como sabonete, papel higiênico; copos, pratos e talheres descartáveis; embalagens de marmitex e itens perecíveis.
"Estes precisam vir diretamente para a comunidade Mandela, onde nós temos uma tenda específica pra receber, que é da SAS. Se tiver doações de calçados e roupas, fralda descartáveis, nós estamos pedindo que se direcione a FAC, que o Fundo de Apoio à Comunidade da nossa prefeitura, que está fazendo a triagem e direcionando as famílias que realmente precisam e que foram atingidas pelo incêndio", completou.
Ainda na quinta-feira, a prefeitura liberou o Aluguel Social para auxiliar as famílias afetadas pelo incêndio que atingiu a favela do Mandela, e ainda cogitou aumentar o valor, que atualmente é de R$ 500.
Doações de roubas arrecadadas por escola na capital para comunidade.
Lorena Segala
Veja como e onde ir para doar
???? Uma igreja, que atende a comunidade do Mandela, está com quatro pontos de arrecadação. Para informações, ligue no (67) 9 9173-7376. As doações podem ser levadas nos seguintes endereços:
Rua Tangará da serra, nº 100;
Rua Antoninho Zandomenighi, nº 7;
Rua Tangará da Serra, nº 61;
Av. Dos Eucaliptos, nº 315.
????O Fundo de Apoio à Comunidade está fazendo uma campanha para arrecadação de alimentos e itens básicos, que estão sendo levados para as famílias da comunidade do Mandela.
As doações podem ser levadas ao FAC, na Avenida Fabio Zahran, nº 6.000.
????O Projeto Sorriso Feliz, que atende comunidades carentes, também arrecada mantimentos. Qualquer dúvida, entre em contato pelo número (67) 99623-3163. As doações podem ser entregues na Rua Anita Garibaldi, número 296, no bairro Monte Castelo.
????Moradores do bairro vizinho à comunidade do Mandela também se mobilizaram. As doações são urgentes, podem ser entregues colchões, roupas, sapatos e alimentos. Para deixar a ajuda, o endereço é: Rua Pintassilgo, número 98, no bairro Morada Verde.
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