Nos vídeos, que foram publicados nas redes sociais oficiais da prefeitura de Piraí do Sul e depois apagados, é possível ver as "alas" da história do Brasil. No carro alegórico que representa a família real portuguesa, crianças brancas são vistas com espadas, vestidos e trajes característicos da época.
Logo depois, uma lancha simbolizando as caravelas passa carregando um menino caracterizado como Pedro Álvares Cabral, de luneta em mãos e a cruz vermelha de Portugal balançando o fundo. Andando no chão, um grupo de crianças pretas e pardas é visto com roupas que parecem trapos e correntes falsas, simbolizando o período escravocrata. A ala foi intercalada por bandeiras do Brasil e placas com os dizeres "Pátria Amada" e "Justiça" nas cores verde e amarelo.
Em nota, a prefeitura de Piraí disse que o objetivo do evento era "resgatar valores como civismo e desenvolver o sentimento de pertença em toda a população piraiense" e que a escola municipal responsável pela caracterização "possui autonomia de manifestação". "O Município entende que em momento algum o ato ficou caracterizado como ofensa aos negros nem se destinou a qualquer desrespeito à dignidade da pessoa humana", diz o texto.
A prefeitura ainda disse considerar "o contexto, tanto do momento do desfile quanto das ações cotidianas da escola", e repudiar "qualquer menção ao racismo ou outra forma de preconceito". O Ministério Público do Paraná, entretanto, afirmou que investigará o caso em sigilo, por se tratar de pessoas menores de idade.
O desfile cívico de Piraí do Sul foi encerrado com uma "motociata", um tratoraço e uma carreata, na qual a maioria dos veículos levava bandeiras do Brasil.