Após uma semana em chamas e cinco cidades declararem situação de emergência, a chuva aliviou os incêndios florestais na região do Pantanal sul-mato-grossense. Na manhã desta terça-feira (21), os focos estavam praticamente extintos, porém, a situação ainda demanda alerta, pois o satélite que monitora a região não consegue detectar todos os focos.
Atualmente, a maior preocupação recai sobre o rescaldo dos incêndios, uma vez que uma abordagem inadequada pode desencadear novos focos em toda a região. O biólogo e diretor do Instituto SOS Pantanal, Gustavo Figueiroa, explica que uma simples brasa em troncos de árvore pode resultar em incêndio.
"Assim que a chuva passar e o clima esquentar novamente, as chances de novas queimadas são altíssimas. Essa chuva foi pequena, não suficiente para apagar brasas em troncos. Quando isso ocorre, a brasa reacende, pula para áreas secas e o fogo reinicia", destaca.
No início deste mês, a falta de um rescaldo adequado resultou em um incêndio de grandes proporções que devastou a região do Parque Estadual Encontro das Águas.
"Isso não significa que o problema acabou. Essa chuva proporcionou a oportunidade para um rescaldo adequado e um monitoramento mais preciso, para então extinguir o fogo por completo", ressalta.
A Brigada Alto Pantanal segue monitorando áreas sensíveis na região e mantendo contato com moradores. Nesta terça-feira (21), equipes do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais) do Ibama e do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul estão concentradas no rescaldo das chamas.
Conforme os Bombeiros, 72 militares atuam nos locais de incêndios, dada a previsão de altas temperaturas nos próximos dias. Na última semana, três aeronaves apoiavam os trabalhos de combate às chamas, duas delas 'air tractor', capazes de transportar até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso, atuando no Paiaguás e no Rio Negro.
Embora a garoa tenha sido bem-vinda, os ventos ainda favorecem a propagação do fogo. No domingo (19), as equipes do Brigada Pantanal, IHP (Instituo Homem Pantaneiro), Corpo de Bombeiros, Ibama e Prevfogo instalaram mais aceiros para proteger casas ribeirinhas, pois o fogo saltou do rio São Lourenço, ameaçando quem vive às margens do rio Paraguai.