Ecocardiograma feito na menina de um ano picada por um escorpião na semana passada, no Bairro Coophavila, em Campo Grande, confirmou que o veneno chegou até o coração da criança. Ela está sedada e entubada no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul).
De acordo com a mãe, Renata da Silva Ferreira, a bebê chegou a acordar na segunda-feira, mas teve uma piora durante a noite, o que debilitou a saúde dela. Além do tratamento contra a peçonha, a paciente também foi diagnosticada com anemia e pneumonia.
Na terça-feira (21), a menina passou pelo exame de eco, que constatou a presença do veneno no coração. Agora, a equipe médica do hospital monitora para ver como ela reage aos tratamentos.
A criança foi picada na última quinta-feira (16), em casa. A mãe acompanha a filha no hospital. "É muito doloroso ver ela nessa situação", lamenta ao Jornal Midiamax.
Conforme um vizinho da vítima, o aparecimento de escorpiões no bairro aumentou significativamente após obras para a instalação da rede de esgoto na região.
"Já encontrei muitos escorpiões na minha casa, desde que fizeram o esgoto a situação piorou muito. Sempre vinham do ralo, então precisei trocar por um fechado, e a situação melhorou, mas ainda fico preocupado", relata o morador.
Família da menina passa por necessidades no bairro Coophavila. Na casa moram quatro adultos e quatro crianças no total, de acordo com Renata. O marido e cunhado dela são pedreiros, mas estão enfrentando problemas para receber pelos serviços.
Com isso, o aluguel e as contas da casa estão atrasadas. Além dos adultos, moram no local crianças entre cinco e três anos, além da vítima da picada. A família precisa de ajuda financeira para quitar as contas, mas também de doações de mantimentos para alimentação.
Segundo a mãe, fraldas para as crianças também são bem-vindas. Quem puder doar, por entrar em contato direto com Renata, no número (67) 9 9352-3438.
Em 2023, Mato Grosso do Sul registrou três mortes de crianças por picada de escorpião. Somente na cidade de Ribas do Rio Pardo, a 96 quilômetros de Campo Grande, foram registradas duas mortes.
Entre as vítimas estão Maria Fernanda, de 4 anos, que foi picada enquanto dormia, e Pyetro Gabriel Arguelho, de 5 anos, que foi picado ao calçar o sapato.
Em 23 de setembro, uma menina de seis anos, moradora de Brasilândia, a 328 km de Campo Grande, foi picada pelo animal peçonhento, não resistiu e faleceu no dia seguinte depois de ser transferida para um hospital em Três Lagoas, a 326 km da Capital.