Após incêndios serem controlados, brigadistas conseguiram explorar região queimada e encontraram os animais mortos pelo fogo. Os registros foram feitos na quinta (23) e sexta-feira (24), pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP). Fogo cessa, mas animais perecem no Pantanal
Em uma floresta viva, não são apenas as vegetações que sofrem com o fogo. No Pantanal Sul, a Brigada Alto Pantanal, mantida pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), registrou diversos animais que não resistiram às chamas. A cobra se contorce no calor. Da capivara, restou apenas a carcaça. Veja o vídeo acima.
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As imagens são da região dos Paiaguás, em Corumbá (MS), de quinta (23) e sexta-feira (24). Neste sábado (25), o fogo foi totalmente controlado pela Brigada, Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) e Corpo de Bombeiros, com a ajuda da chuva que caiu na região entre ontem e hoje.
As imagens de satélite do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que a região pantaneira, no norte de Mato Grosso do Sul e sul de Mato Grosso, não possui focos de incêndio neste sábado. Veja:
Imagens do satélite do Inpe sem cruzes vermelhas, que representam os focos de incêndio.
Reprodução/Inpe
De acordo com o IHP, os incêndios no Paiaguás estavam sem controle até a quarta. Com a terra seca, as labaredas atingiam 3 metros de altura. Veja no vídeo abaixo, os brigadistas combatendo o fogo da região, na quinta-feira.
Brigada lutou contra o fogo na região do Paiaguás, no Pantanal
Com a extinção do fogo, as equipes conseguiram explorar a região em busca de animais sobreviventes. A Polícia Militar Ambiental (PMA), também usou helicópteros do Grupamento Aéreo e drones para tentar encontrar animais feridos.
No dia 17, equipes da PMA já haviam resgatado um tucano que tentava fugir das queimadas no Pantanal de Miranda (MS). De acordo com os militares, o tucano era jovem e estava caído no chão.
Tucano é resgatado quando tentava fugir do fogo no Pantanal
Enquanto isso, as chuvas que haviam caído apenas na região da Serra do Amolar, mais ao norte de Mato Grosso do Sul, ajudaram a controlar as chamas no local considerado corredor de biodiversidade. Lá, as ações de prevenção estão sendo realizadas desde janeiro.
As duas situações acontecendo simultaneamente no Pantanal se deram por causa da grande extensão do Pantanal, explicou o IHP. A distância entre esses territórios são de mais de 40 minutos entre embarcação rápida pelo rio Paraguai e caminhada de mais de 10 km floresta adentro, a partir do Porto São Pedro. Veja no mapa abaixo.
Distância entre Serra do Amolar e Paiaguás, em Mato Grosso do Sul.
Reprodução/Google
Desde o início de novembro, as chamas tomaram o Pantanal, fazendo com que o bioma tivesse o pior mês de novembro da história.
Entre os dias 14 e 15 de novembro foram registrados 279 focos de incêndio na área pantaneira em Mato Grosso do Sul, segundo os registros do satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os dados de ontem e hoje apontam 27 focos ativos na região.
Fogo no Pantanal de MS nesta quarta-feira (22).
CBMMS/Reprodução
Ao g1, o médico veterinário Enderson Barreto, que trabalha em campo no combate às chamas no Pantanal, em específico no Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD-Brasil), explicou nesta semana que a chuva não é sinônimo de tranquilidade para que as chamas cessem.
"A chuva é um alívio grande. Não é uma previsão de chuva persistente. Neste momento é importante redobrar a atenção, para que os focos de calor, na menor chance de retorno, sejam controlados. Agora é momento de vigilância. Continuamos em operação!", detalha o especialista.
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: