Relator da medida, o vice-presidente do STJD, Felipe Bevilacqua, aceitou liberar a presença de público para jogos das equipes como mandantes, mas impôs algumas restrições, todas ligadas às torcidas organizadas. Foi mantida a interdição parcial do lugares destinados a esses torcedores em cada estádio; o anel inferior do Couto Pereira, no caso do Coritiba, e o setor amarelo do Mineirão, no caso do Cruzeiro.
"Todo o fato se deu exclusivamente por atitude de membros de Torcidas Organizadas identificadas pela Polícia Militar e, inclusive pelo Ministério Público do estado de Minas Gerais, que expediu Recomendação a Federação Mineira de Futebol de banimento das organizadas Máfia Azul e Pavilhão Independente por 01 (hum) ano", argumentou o relator.
"Também postulou a proibição de permanência das respectivas torcidas por igual período em um raio e 5km dos Estádios. De igual sorte, restaram identificadas as organizadas responsáveis pela confusão por parte do Coritiba SAF, são elas a Mancha Alviverde e Império Alviverde", concluiu.
Bevilacqua também determinou a proibição de "ingresso e presença de vestimentas, acessórios e tudo o mais que remeta as organizadas Império Alviverde e Mancha Alviverde (Coritiba) e Máfia Azul e Pavilhão Independente (Cruzeiro) nos jogos como mandantes". Já a presença de torcedores de ambos os times em jogos como visitantes continua vetada.
Com isso, o Cruzeiro poderá comercializar ingressos para o duelo com o Athletico-PR, marcado para as 20 horas de quinta-feira, no Mineirão. O mesmo será permitido ao já rebaixado Coritiba em relação a partida contra o Botafogo, quarta-feira, às 21h30.
A liberação, contudo, só é válida até o julgamento do caso, que ocorreria na segunda-feira, mas foi adiado para 4 de dezembro, próxima segunda. Dessa forma, não é certo se os dois times poderão ter torcida na última rodada do campeonato, marcada para dia 6. O Cruzeiro enfrenta o Palmeiras e o Coritiba encara o Corinthians.
A BRIGA
A confusão na vitória por 1 a 0 do Coritiba sobre o Cruzeiro na Vila Capanema, dia 11, começou após o gol marcado por Robson, aos 45 minutos do segundo tempo, quando um grupo de cruzeirenses invadiu o gramado na parte de trás do gol. Do outro lado, a torcida da casa também pulou o alambrado e foi para o confronto.
Por cerca de três minutos foram registradas cenas de selvageria no gramado. No momento da invasão e da briga, poucos policiais estavam no gramado, que contava apenas com um grupo de seguranças, incapaz de conter a violência. Cinco minutos depois, o Pelotão de Choque já estava no meio do campo para conter os dois grupos. A torcida visitante deixou o estádio e também causou alguns confrontos do lado de fora.
O árbitro Bráulio da Silva Machado (SC) paralisou o jogo por 30 minutos, ao mesmo tempo que até os torcedores do Coritiba também deixavam o estádio. Com as arquibancadas praticamente vazias, os policiais fizeram uma varredura dentro e fora de campo para tentar encontrar e neutralizar qualquer objeto perigoso.
O confronto foi disputado na Vila Capanema porque o estádio Couto Pereira recebeu um show na mesma data. O jogo foi reiniciado 38 minutos depois de sua paralisação, já com as precárias luminárias acessas. Nos seis minutos de acréscimos, o placar não mudou.